O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) solicitou hoje (31) ao presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN), apoio para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de inquérito (CPMI) destinada a investigar o uso do cartão de crédito corporativo do governo federal. Criado em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o cartão é utilizado, ao menos em tese, para cobrir gastos funcionais como diárias em viagens e comprar material de trabalho.
A polêmica foi intensificada há quase três semanas, em matéria publicada pela Folha de S.Paulo que detalhou o uso dos cartões por autoridades do Executivo. Como a ministra Matilde Ribeiro (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), recordista de gastos – R$ 171.500 mil apenas em 2007. Entre as despesas da ministra, R$ 461 em compras numa loja isenta de taxas de importação.
Em 2003, Carlos Sampaio apresentou uma representação ao Congresso para investigar os gastos do cartão corporativo. Ou seja, foram cinco anos de espera até que o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União resolvessem anunciar, no início da semana, a abertura de inquérito para apurar o suposto abuso na utilização dos cartões. Ontem, o deputado iniciou uma peregrinação em busca de assinaturas para justificar a abertura da CPMI.
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“Foram cinco anos de investigação do TCU [Tribunal de Contas da União] para instaurar um inquérito. Por quê? Por desídia? Não. Porque o TCU e a CGU [Controladoria-Geral da União] não têm os instrumentos que tem a CPI, que são poderes de juiz, de quebra de sigilo, de requisição de documentos”, declarou Carlos Sampaio, ao deixar o encontro com Garibaldi. “A CPI é um instrumento mais ágil e eficaz para, num prazo de 120 dias, dar resposta à sociedade.” (Fábio Góis)
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