Documentos obtidos pela revista Época, e divulgados na edição de hoje da publicação, mostram como um doleiro envolvido no escândalo do mensalão banca a moradia de um deputado de expressão nacional em Brasília. Lúcio Bolonha Funaro, que teve os sigilos quebrados pela CPI dos Correios, paga todo mês aluguel, condomínio e até gastos extras do apartamento ocupado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no flat Blue Tree Tower, em Brasília.
Segundo a reportagem, "Funaro, doleiro muito conhecido no mercado financeiro, firmou em abril de 2003 um contrato com o proprietário do apartamento 4.091, do bloco B, em que se compromete a pagar R$ 1.755 por mês de aluguel (hoje são R$ 2.200), mais o condomínio de R$ 645 (R$ 838 hoje) e despesas de até R$ 600 semanais com gastos extras do flat, como lavanderia, bar e telefone". A matéria explica ainda que o pagamento é creditado na conta de Fernando Abritta, pai do proprietário do imóvel, Alessandro Abritta. Fernando confirma que o apartamento está alugado para Funaro. "Mas eu não sei quem está morando lá", disse Fernando Abritta à reportagem.
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O deputado Eduardo Cunha respondeu à reportagem, reconhecendo que mora exatamente no apartamento alugado por Funaro. Negou, porém, que a despesa seja bancada pelo doleiro e conta uma história diferente. "Quem alugou meu apartamento foi minha chefe de gabinete. Se Funaro é o dono do imóvel ou sublocou para ela, eu não sei. Quem cuida disso é minha secretária", explicou. A reportagem acrescenta que o deputado enviou "uma cópia de contrato de aluguel que teria sido feito entre Funaro e sua chefe de gabinete, Denise Assumpção. O documento, no entanto, não tem os carimbos de reconhecimento de firma em cartório, como é usual".
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