O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), admitiu hoje que o partido pode realizar prévias caso não haja consenso em torno do candidato tucano à presidência da República para as eleições outubro.
“Se não houver entendimento, pode-se discutir critérios para alguma disputa (prévia)”, afirmou o senador. Hoje, Tasso almoçou com um dos pré-candidatos do PSDB, o governador São Paulo, Geraldo Alckmin. Também participaram do encontro os outros dois integrantes do chamado “triunvirato tucano”: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Tasso é o segundo integrante da cúpula a admitir a possibilidade de uma prévia entre Alckmin e o outro pré-candidato tucano, o prefeito de São Paulo, José Serra. Ontem, FHC disse que, caso não haja consenso para a escolha de um único nome para a disputa, o partido não vai concentrar a disputa apenas nas mãos do triunvirato.
Porém, o senador ressalvou que a solução não é uma preferência dos dirigentes do PSDB, que preferem uma saída negociada. “Para mim, vai ser um fracasso pessoal muito grande não conseguir esse entendimento”, afirmou. Tasso adiantou que a escolha do candidato não passará da primeira quinzena de março.
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Compensação
O almoço desta terça-feira foi uma espécie de compensação a Alckmin, depois da tentativa frustrada do triunvirato de conversar reservadamente com Serra num restaurante de São Paulo, na última quinta-feira. Tasso, FHC e Aécio deixaram um evento do PSDB para reunir-se com o prefeito. O governador ficou de fora.
O episódio gerou desgaste entre os quadros do partido. O governador de Goiás, Marconi Perillo, reagiu à possibilidade da escolha do candidato ficar restrita à cúpula e disse que o diálogo não poderia excluir os outros filiados.
Tasso disse que o partido não quer deixar os integrantes do partido alheios ao processo de escolha. Mas, disse que a cúpula tenta, primeiro momento, avaliar qual seria o melhor candidato para a disputa. “Esse entendimento passa por uma série de conversas que continuarão a acontecer entre nós, dirigentes do partido, o governador Alckmin e o prefeito Serra”, reforçou.
O encontro de hoje serviu para abrandar o tom do discurso de Alckmin, antes ferrenho defensor das prévias. “Isso não precisa ser resolvido já, nem passará de março (a decisão do partido)”, sustentou, frisando porém que não abre mão da sua pré-candidatura.
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