Durou três horas e meia, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, o depoimento do servidor público André Fernandes, lotado na segunda vice-presidência do Senado e assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), receptor dos e-mails com arquivos contendo o dossiê “anti-FHC”. Na última quinta-feira (8), a imprensa divulgou que André recebeu e-mails enviados pelo secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes, com informações sobre gastos com cartão corporativo por parte do governo Fernando Henrique Cardoso.
O Congresso em Foco apurou junto à assessoria de imprensa da PF que o depoimento transcorreu sem problemas, e que apenas a movimentação da imprensa transformou o cotidiano da Superintendência. Ainda de acordo com a assessoria, o delegado encarregado pelas investigações sobre o vazamento do dossiê, Sérgio Menezes, não vai dar declarações sobre o depoimento, uma vez que o inquérito instaurado corre sob segredo de Justiça.
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Mais cedo, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) informou que seu assessor se pôs à disposição da CPI Mista dos Cartões Corporativos para prestar esclarecimentos sobre a troca de e-mails contendo o dossiê em arquivo anexado. Para o tucano, o crime não está na divulgação do dossiê para a imprensa, como admitiu ter feito, e sim no vazamento das informações com caráter de sigilo institucional. “Adotei a forma mais adequada para a denúncia”, argumentou o tucano, acrescentando que a origem do “crime” foi o Palácio do Planalto.
Está agendada para amanhã (13), conforme afirmou hoje a presidente da CPI dos Cartões, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), a votação dos requerimentos de convocação tanto de André Fernandes, como quer o senador petista João Pedro (AM), quanto de José Aparecido, como exige a oposição – que protocolou dois requerimentos de convocação. (Fábio Góis)
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