A Executiva Nacional do DEM se reuniu hoje (12) e decidiu abrir um processo interno contra o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM). A pedido do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o partido irá analisar se expulsará Feijó da sigla. O processo será relatado pelo deputado André de Paula (DEM-PE).
Na semana passada, o vice da governadora Yeda Crusius (PSDB) agravou a crise política no Rio Grande do Sul ao divulgar a gravação de diálogo entre ele e o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto. Na conversa, Busatto admite o uso de estatais em campanhas eleitorais.
"Não é crime gravar conversa própria. É imoral e criou uma situação chata. É preciso verificar se há corrupção envolvendo o vice-governador, mas ainda não tenho uma convicção sobre esse caso", ponderou ao site o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Ontem (11) durante entrevista coletiva (leia mais), o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), contestou a forma como foi divulgada a conversa entre Feijó e o ex-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul. “O método é equivocado. Cabe ao político entregar, protocolar as denúncias nos órgãos competentes. Vazar foi um erro”, ressaltou.
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Apesar da queixa, Maia disse que o vice-governador será poupado. “A questão não é de punição, não estamos em uma escola”. Segundo ele, não há discussão formal dentro do partido para a expulsão de Feijó. (Tatiana Damasceno e Lúcio Lambranho)
Veja abaixo a íntegra da carta do presidente do DEM
“Diante dos episódios ocorridos no Rio Grande do Sul, o Democratas reafirma que considera importante a observação do princípio da legalidade em quaisquer procedimentos de ação política e condena a forma usada pelo vice-governador Paulo Feijó de gravar e vazar conversas particulares. Insiste, igualmente, no combate rigoroso à corrupção e a quaisquer desvios éticos e morais.
O Democratas considera ainda que as medidas adotadas pela Governadora Yêda Crusius para superar a situação criada são satisfatórias. O Partido mantém confiança na atual política do Estado do Rio Grande do Sul em busca do equilíbrio fiscal, um dos lastros da longa e exitosa aliança nacional que tem unido Democratas e PSDB.
Princípios legais e éticos, da mesma forma que as visões estratégicas da realidade brasileira, não devem ser sacrificados por acidentes localizados, mas superados com competência e grandeza.
Brasília, 12 de junho de 2008.
Deputado Rodrigo Maia
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