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Dois meses após se tornar um dos principais personagens da atual crise política, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares decidiu se afastar do partido por tempo indeterminado. A decisão foi anunciada durante encontro do diretório nacional do partido, em São Paulo, no último sábado. Setores da esquerda do partido chegaram a pedir a expulsão de Delúbio, mas o pedido foi rejeitado em votação. O diretório adiou o depoimento do ex-tesoureiro à comissão de ética partidária, marcado para ontem. A nova data não foi definida. O Campo Majoritário, tendência à qual estão ligados o ex-ministro José Dirceu e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu evitar a aprovação da proposta do presidente do partido, Tarso Genro, que proibia os petistas envolvidos em denúncias de renunciarem ao mandato e se candidatarem na eleição do ano que vem. Leia também O secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, que também faz parte do Campo Majoritário, propôs a divisão dos parlamentares e dirigentes petistas envolvidos no esquema do mensalão em dois grupos. Pela proposta do ex-ministro do Trabalho, só serão punidos com expulsão os dirigentes que operaram o esquema de Marcos Valério e os parlamentares que não conseguiram justificar o destino do dinheiro sacado das contas do empresário. Para aqueles que usaram o dinheiro para pagar contas de campanha, por meio de caixa-dois, a punição seria branda: advertência ou suspensão temporária. Com isso, apenas Delúbio e o deputado Josias Gomes (BA) seriam expulsos do partido. “São situações diferentes. Acho errado, por exemplo, mandar para a comissão de ética os casos em que houve a chamada não contabilização de recursos mas não houve recuos nem mentiras. Nos casos dos recursos não contabilizados dificilmente haverá expulsão e as punições podem ser a advertência ou suspensão temporária”, afirma Berzoini. |
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