Em depoimento à CPI dos Bingos, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse há pouco que não tem conhecimento da doação de empresários dos jogos de bingo nem do uso de caixa dois na campanha do presidente Lula em 2002. “Não tenho conhecimento disso. Só soube pela imprensa.” Delúbio também negou conhecer o advogado Rogério Tadeu Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci em Ribeirão Preto (SP), e o empresário Roberto Carlos Kurzweil.
Segundo Buratti, o PT recebeu R$ 1 milhão de empresários angolanos ligados à jogatina que mantêm negócios em São Paulo. “Nunca o vi”, disse Delúbio. O intermediário da arrecadação, de acordo com o advogado, seria Kurzweil. O ex-tesoureiro negou ainda ter contato com o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz. Ele disse que Waldomiro não participou da campanha presidencial de 2002.
Delúbio minimizou ainda a participação de Paulo Okamotto nas finanças do PT, além de dizer que não teve qualquer relação com a prefeitura de Santo André comandada pelo PT por Celso Daniel, morto em janeiro de 2002.
O ex-tesoureiro do PT afirmou que o empresário Marcos Valério não teve qualquer participação na campanha de 2002, ao contrário do que disse o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira em entrevista ao jornal O Globo. Ele afirmou que foi apresentado ao empresário mineiro em outubro de 2002, depois das eleições. E assumiu a responsabilidade pelos empréstimos de R$ 50 milhões feitos pelo PT por intermédio de Valério. “Foi uma autorização política. A responsabilidade é minha.”
Leia também
Delúbio depõe sem a proteção de habeas-corpus depois de ter o seu pedido negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por causa de sua insistência em negar tudo, o ex-petista chegou a ser repreendido pelo presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB).
Deixe um comentário