De acordo com os empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, as transferências foram feitas em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, em que a empreiteira teve concessão em consórcio com a Odebrecht e a OAS. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A eventual confirmação desses dados elevará para nove o número de contas não declaradas no exterior sob controle do presidente da Câmara, que enfrenta processo de cassação no Conselho de Ética, denúncia criminal e pedido de afastamento no Supremo Tribunal Federal. Todos esses processos estão relacionados às suspeitas de envolvimento de Cunha no esquema de corrupção da Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato. Ele nega participação em irregularidades.
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A Folha teve acesso à tabela de transferências bancárias no exterior entregue pelos empresários no acordo de delação premiada que firmaram com a PGR. Segundo eles, a liberação dos recursos pretendidos pela Carioca Engenharia era feita por influência do aliado de Cunha Fábio Cleto, que ocupou uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e também o conselho do fundo de investimento do FGTS.
De acordo com os delatores, as transferências a Cunha somaram US$ 3,9 milhões entre 2011 e 2014, saindo de contas na Suíça dos dois empresários para cinco contas no exterior que eles afirmam terem sido indicadas pelo próprio Cunha. “Todos os pagamentos feitos a Eduardo Cunha foram no exterior”, informaram.
O presidente da Câmara afirmou à Folha que não recebeu valores nem teve participação no esquema apontado pelos empresários. “Desminto qualquer repasse de valores e qualquer participação naquilo que ele supostamente falou de relação com qualquer das contas”, declarou o peemedebista. Fábio Cleto não foi localizado e a Carioca Engenharia preferiu não comentar a denúncia.
Leia a reportagem da Folha de S.Paulo, com as novas contas atribuídas a Cunha
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