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“O dono da UTC contou aos investigadores que, após a reunião com o diretor, a empreiteira aceitou o acordo, ganhou os contratos e pagou a Pedro Paulo e a Fernando Collor nada menos que 20 milhões de reais”, diz trecho da reportagem assinada por Robson Bonin. O empreiteiro entregou ao Ministério Público planilhas com as datas dos desembolsos e narrou detalhes dos encontros com e da entrega do dinheiro, afirma Veja. Pessoa disse que aceitou fechar o negócio por saber que Collor estava por trás das tratativas.
Ao todo, 18 nomes de seis partidos (PT, PSDB, PMDB, PP, PTB e PSB) foram apontados pelo dono da UTC como beneficiários de recursos destinados por sua empresa mediante esquema de desvio de recursos da Petrobras. A segunda maior quantia citada pelo delator aparece associada ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, um dos presos da Lava Jato. Segundo Ricardo Pessoa, R$ 15 milhões foram entregues ao petista. O terceiro maior montante é o atribuído à campanha à reeleição da presidente Dilma no ano passado, R$ 7,5 milhões.
Em nota enviada ao Congresso em Foco, Pedro Paulo classifica as referências ao seu nome pelo delator como mentirosas. “A propósito das afirmações atribuídas a Ricardo Pessoa em sua delação premiada, as declarações que citam o nome de Pedro Paulo Leoni Ramos revelam uma profunda e completa desconexão com a verdade e portanto são estrategicamente mentirosas.Leoni Ramos nega e repudia categoricamente que tenha recebido ou intermediado valores ou contratos conforme narrado na reportagem e afirma que está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.”
No Supremo
Os demais citados não foram localizados pela reportagem. O senador, porém, sempre negou qualquer ligação com a Lava Jato. Ele é um dos políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de participação no esquema de corrupção na Petrobras. A apuração contra o petebista foi aberta em julho do ano passado por causa de depósitos de dinheiro em sua conta feitos pelo doleiro Alberto Youssef, considerado o principal operador do esquema.
Ao colaborar com as investigações em troca da redução de sua pena, o doleiro contou que Collor recebeu propina de R$ 3 milhões resultante de um negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo Youssef, a propina é de um contrato firmado em 2012, no valor de R$ 300 milhões, entre uma rede de postos de combustíveis de São Paulo e a BR Distribuidora.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o delator disse que o negócio era para que a rede deixasse uma marca de combustíveis e passasse a integrar o grupo de revendedores da BR Distribuidora. O montante, conforme o doleiro, foi dividido em três parcelas de R$ 1 milhão repassadas ao empresário Paulo Leoni Ramos, apontado como emissário de Collor, único político do PTB incluído na relação dos investigados da Lava Jato no Supremo. O senador sempre negou a acusação.
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