Reportagem do Jornal Nacional exibida nesta noite (1°) revela que a revista Época, que será publicada neste fim de semana, teve acesso a documentos da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso. O parlamentar busca provar que teria recursos para pagar pensão à jornalista Mônica Velloso, mãe da filha de três anos do peemedebista.
Época apresenta extratos bancários, declarações de Imposto de Renda e levantamentos sobre a evolução patrimonial de Renan. Os documentos foram entregues ao Corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (DEM-SP). De acordo com os advogados de Renan, o pagamento da pensão de R$ 8 mil era feito em dinheiro no 5º dia de cada mês, entre 2004 e 2005.
Segundo a publicação, em apenas seis dos 21 meses, o dinheiro foi sacado antes do dia do pagamento da pensão. A revista ressalva que, nos meses em que não houve saque antes do 5º dia do mês, Renan pode ter dado dinheiro à Mônica Veloso em saques posteriores a essa data.
Ainda de acordo com Época, o presidente do Senado afirma que em 2006 teve ganhos de R$ 1,9 milhão com atividades agropecuárias.
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“Vocês acompanharam, em todos os momentos desse episódio, que eu fiz questão de preservar os personagens. Eu enfatizei e enfatizo novamente é que durante a gravidez eu protegi a gestante, cuidei da minha filha e quero que ela tenha o mesmo tratamento que eu dediquei aos meus outros filhos”, disse hoje (1) o parlamentar ao deixar do Senado. (Rodolfo Torres)
"Estão esculhambando com a Mônica", diz advogado
O advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Mendes, disse hoje que setores da imprensa estão invadindo a privacidade de sua cliente. "Estão esculhambando com a vida da Mônica", afirmou o advogado ao Congresso em Foco.
Mônica está no centro do noticiário político desde a última sexta-feira (25), quando a revista Veja denunciou que um lobista da empreiteira Mendes Júnior entregava pessoalmente a ela R$ 16,5 mil, todos os meses, a pedido do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o qual ela tem uma filha de três anos.
“Ela [Mônica Veloso] não tem mais nada a ver com a história”, disse. Calmon afirmou que sua cliente não vai falar mais sobre o assunto. O advogado da jornalista também negou a existência de CDs que conteriam a gravação de conversas entre ela, Renan Calheiros e Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Júnior.
Segundo afirma o jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, quem ouviu os CDs garante que há conversas que registram momentos de intimidade entre o senador e Mônica. Haveria ainda um trecho em que fica evidente a má relação entre Calheiros e o presidente do PMDB, Michel Temer.
Em rápida entrevista à repórter Andreza Matais, publicada na edição de hoje (1) da Folha de S.Paulo, Mônica Veloso afirma não ser "ameaça para ninguém", mas diz ter "muito o que contar", pelo fato de ter se relacionado com Renan por três anos. (Lucas Ferraz)
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STF não pode trazer pilotos do Legacy, diz ministra
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, disse ontem ao presidente e ao relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) e Marco Maia (PT-RS), que a corte não tem meios para obrigar os pilotos do jato Legacy que se chocou com o Boeing da Gol em setembro passado, Joe Lepore e Jean Paul Paladino, a virem ao Brasil para prestar depoimento à comissão.
Segundo Ellen Gracie, o acordo de cooperação em assuntos penais assinado por Brasil e Estados Unidos não confere às CPIs a autoridade de convocar americanos para prestar depoimento. "Esse é o principal problema que temos no momento. Do ponto de vista jurídico, e dos convênios que são estabelecidos pelo Brasil com outros países, nós não temos hoje nenhuma garantia de que poderemos efetivamente ouvir os pilotos", queixou-se Marco Maia.
Como alternativa para viabilizar os depoimentos, considerados essenciais pelos membros da CPI, a ministra sugeriu que a comissão peça a intermediação do Ministério das Relações Exteriores e da embaixada brasileira em Washington (EUA).
Caso não seja possível trazer os pilotos do Legacy ao Brasil, os parlamentares planejam ou ir aos Estados Unidos ou interrogá-los por videoconferência.
Crise de representatividade
A reunião de ontem da CPI foi palco de disputa entre os familiares das 154 vítimas do acidente com o avião da Gol. Segundo o jornal Correio Braziliense, parentes de alguns dos mortos desautorizaram o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo Gol 1907, Jorge André Cavalcanti, convidado a prestar depoimento, a falar em seu nome.
A associação representa as famílias de 18 vítimas, pouco mais de 11% do total. Quando começava o depoimento de Cavalcanti, Eulália Machado de Carvalho, viúva de um dos passageiros do vôo, gritou: "Ele não representa ninguém. Eu não vou ficar neste circo, eu vou me embora".
Com a confusão, a sessão foi suspensa. Os deputados planejam realizar, em data ainda não marcada, uma audiência pública com a presença de outros familiares de vítimas. Mais cedo, também em depoimento à CPI, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, confirmou que a empresa não negocia com a associação, mas, sim, diretamente com cada família de vítima. (Carol Ferrare)
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