A perícia realizada pela Polícia Federal nos documentos apresentados pela defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ao Conselho de Ética do Senado compromete a versão do senador para o pagamento da pensão à filha que tem com a jornalista Mônica Veloso entre 2004 e 2005. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o relatório aponta conflito entre as datas em que ele diz ter vendido os lotes de gado e os dias em que há depósitos em suas contas.
Entre os papéis periciados estão extratos bancários, notas fiscais e Guias de Transporte Animal (GTAs) utilizados por Renan para justificar a origem dos recursos utilizados para pagar a pensão. Ele afirma que o dinheiro é fruto da venda de gado, ao contrário de reportagem da revista Veja segundo a qual Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Júnior, teria feito os pagamentos.
A conclusão dos peritos, afirma a Folha, foi que as notas e GTAs são materialmente verdadeiras, ou seja, seguiram os trâmites de emissão, tramitação e registro no âmbito das secretarias de Agricultura e de Fazenda do Estado de Alagoas. Mas, na análise dos extratos surgiram problemas. As datas das transações com gado e os depósitos em dinheiro na conta do senador não correspondem.
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O laudo não é conclusivo. Por conta do curto prazo – os documentos começaram a ser verificados no sábado –, não foi checado se as transações apontadas nas notas fiscais realmente ocorreram e de que forma estariam registradas na contabilidade dos compradores que negociariam com Renan. Ou seja, conclui o jornal, os peritos não descartam a hipótese de falsidade ideológica encoberta pelos documentos materialmente verdadeiros. (Carol Ferrare)
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