Os presidenciáveis Lula e Alckmin elevaram o tom do debate da TV Record. A jornalista Adriana Araújo fez o clima esquentar ao pedir que o petista apontasse uma virtude no adversário.
"Eu via mais virtudes no Alckmin antes dos debates, porque ele está demonstrando aqui ser uma pessoa que eu não conhecia. Uma virtude que tenho com Alckmin é que, até então, ele era um homem civilizado, até o debate. Só ele não. Muitos do PSDB que estão aqui, que depois da campanha eles ficaram mais nervosos", afirmou Lula.
Alckmin rebateu e disse que Lula não deve ficar bravo com as críticas, mas com os fatos. "Os problemas brasileiros não serão resolvidos se não tivermos um governo. Eu respeito as pessoas mas não podem exigir de mim impunidade. Eu ando nas ruas e as pessoas estão indignadas. O Lula não tem q ficar bravo com a minha critica, ele tem que ficar bravo é com os fatos."
O petista retrucou dizendo que este é o terceiro debate em que o tucano bate na mesma tecla, "apesar de ele conhecer o trabalho que a policia federal tem feito no meu governo, de ele saber que 69 CPIs foram arquivadas".
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Defeitos
Questionado sobre qual seria seu principal defeito, Alckmin foi categórico: "tenho muitos defeitos… Roubar não. Também não jogo culpa nos outros. Se alguém errar no meu governo, fui eu quem errei, eu quem coloquei ele lá. Eu não jogo os outros na fogueira. E também respondo as perguntas. Se me perguntassem de onde veio os R$ 1,7 milhão, eu chamaria as pessoas que conheço a décadas". "Eu tenho um compromisso com o povo brasileiro: os fins não justificam os meios", completou.
Lula provocou o tucano e disse que o discurso dele poderia se transformar em um fato prático: "podia chamar o Barjas Negri para saber até que ponto ele se envolveu nesse negócio. Como eu confio nas instituições, como acredito na PF, eu acredito nelas e elas vão apurar".
Comunicação
Lula disse que os veículos de comunicação têm mais liberdade em seu governo e que a situação da mídia no país melhorou de 15 anos par cá. Ele afirmou, no entanto, que "há momentos em que os meios de comunicação abusam do seu poder". Lula voltou a ressaltar que é o primeiro presidente que vai aos debates e lembrou que Fernando Henrique não debateu quando era presidente.
"O presidente Fernando Henrique ganhou no primeiro turno e por isso não foi ao debate. O Lula achou que ia ganhar no primeiro turno e também não foi ao debate, igualzinho. Olha como o candidato Lula mudou", provocou Alckmin.
O tucano afirmou ainda que não leva em conta as pesquisas de opinião que apontam desvantagem de 20 pontos entre ele e Lula na disputa presidencial. "O importante é quem pode fazer mais para o governo. O Lula e o PT tiveram sua chance e deixaram passar. Não vai fazer ajuste, não vai ter eficiência no gasto público, vai aumentar imposto", reforçou. O petista rebateu e disse que essa é a primeira vez que o país cresce com aumento de salários e geração de empregos.
Classe média
O presidente refutou a idéia de que seu governo abandonou a classe média. "Pelo contrário. Nos fizemos um reajuste na alíquota do Imposto de Renda de 18%, isso significa aumento para classe média. Grande parte da classe média teve, durante três anos consecutivos, aumento acima da média", disse Lula.
Alckmin rebateu: "Ele quebrou a agricultura, maior crise nos últimos 40 anos e não é culpa de São Pedro. Reduziu área plantada. Vou trabalhar para que a agricultura possa produzir bem para manter preço baixo". Lula ironizou a colocação do tucano e chegou a bater na bancada. "Não impeça a comida de chegar à mesa do pobre, não impeça o pobre de comer filé mignon", disse o petista.
O tucano afirmou ainda que o Brasil está aumentando gastos, aumentando impostos e cortando investimentos. "É a fórmula para não crescer. Quero assumir um compromisso: eu vou reduzir a carga tributária. Aprendi com Mario covas, vou fazer. Vou reduzir o Imposto e Renda, vou reduzir para o transporte coletivo, vou reduzir sobre eletricidade", prometeu.
Lula retrucou e disse que, "quando teve falta de energia em 2001, faltou energia porque esqueceram de fazer" linhas de transmissão. O tucano rebateu e disse que não há investimento em energia porque o governo partidarizou as agências reguladoras. "É obvio que estamos na eminência de uma crise de energia", disse Alckmin.
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