A despeito da absolvição de mensaleiros pela Câmara dos Deputados e o suspeito envolvimento de diversos parlamentares no escândalo das ambulâncias que teve ainda a prisão de dois ex-deputados, a última pesquisa Datafolha, publicada hoje na Folha de São Paulo, revela que 42% dos eleitores ainda consideram o desempenho do Congresso Nacional ruim ou péssimo, embora a taxa de reprovação tenha caído cinco pontos percentuais desde o levantamento de abril.
A pesquisa mostra que a taxa dos que avaliam o Parlamento como ótimo ou bom não chegou a subir: oscilou de 13% para 12%. O que aumentou, de 34% para 37%, foi a soma dos que consideram regular a atuação dos deputados e senadores.
Os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os mais satisfeitos com o Legislativo: 16% de aprovação, contra 34% de reprovação. A insatisfação aumenta entre os simpatizantes do pré-candidato tucano Geraldo Alckmin (11% de aprovação e 47% de desaprovação) e alcança seu ponto máximo entre os admiradores de Heloisa Helena, do PSOL (8% de aprovação, 57% de desaprovação), e entre aqueles que pretendem anular o voto ou votar em branco (5% de aprovação e 56% de desaprovação).
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A aprovação ao Legislativo cresce à medida que aumenta a aprovação ao presidente Lula: entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom, 21% aprovam o Congresso, e apenas 30% o reprovam. Em contrapartida, entre os insatisfeitos com Lula, 64% criticam o Congresso, contra apenas 7% que o elogiam.
Compreensivelmente, os adeptos do PSDB são muito mais críticos (53% de reprovação) que os do PT (38% de reprovação), mas a simpatia por outros partidos de oposição não significa automaticamente rejeição ao Legislativo: a aprovação aos parlamentares chega a ser maior entre os eleitores do PFL (17%), por exemplo, do que entre os do PT (14%).
Estratificação
A reprovação ao Congresso é mais intensa na região Sudeste (47%). Em São Paulo, ela alcança 52%, caindo para 48% no Rio e 37% em Minas. No Sul, a reprovação é de 46%, diminuindo para 40% nas regiões Norte e Centro-Oeste e atingindo só 34% no Nordeste (contra 39% que o classificam de regular).
Os moradores das regiões metropolitanas estão mais insatisfeitos com o Legislativo (47% de reprovação) do que os do interior (39%). Os homens são mais críticos (46%) que as mulheres (39%). A reprovação ao Congresso é menos intensa entre os mais jovens (39%) e os idosos (40%), e mais acentuada nos estratos entre 25 e 59 anos.
A insatisfação com o desempenho dos parlamentares cresce regularmente à medida que aumenta a escolaridade (de 37% entre os que têm no máximo o ensino fundamental para 61% entre aqueles com nível superior) e a renda familiar mensal do eleitor (de 34% entre aqueles que vivem com até dois salários mínimos para 64% entre os que vivem com mais de dez salários mínimos).
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