No ano em que viveu a pior crise de seus 26 anos de existência, o PT perdeu aproximadamente um terço de seu eleitorado no país, de acordo com pesquisa divulgada na edição de hoje pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o instituto Datafolha, o apoio ao partido do presidente Lula caiu para 16% no último mês de 2005. Em junho, quando estourou o escândalo do mensalão, esse índice era de 21%. De lá pra cá, esse percentual caiu mês a mês: 19% em junho, 18% em agosto e 17% em outubro. Em dezembro de 2004, 24% dos eleitores apoiavam o Partido dos Trabalhadores.
O levantamento também revela que a queda na preferência pelo PT não resultou, até agora, no crescimento da opção por outras legendas: de dezembro de 2004 a dezembro de 2005, a simpatia por PMDB, PSDB e PFL permaneceu estável em 8%, 5% e 4%, respectivamente. O que aumentou foi o número daqueles que declaram não ter preferência por nenhum partido, de 49% para 59%.
“Esses dados devem ser analisados com certa cautela, pois a preferência partidária não é um indício seguro de intenção de voto. Como no Brasil o eleitor é induzido a votar em candidatos, e não em partidos, não há correlação segura entre simpatia pelo partido e voto no partido. Além disso, os eleitores, em sua maioria, dizem não ter preferência por nenhuma legenda, mas acabam votando em uma. Por isso as bancadas efetivas dos partidos em geral superam as taxas de preferência partidária”, pondera a Folha.
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O jornal ressalta, no entanto, que, em nenhum caso, as taxas de preferência partidária guardam maior proximidade com o percentual de deputados federais eleitos do que no PT. O partido tinha 9% das preferências em 1990 e elegeu 7% dos deputados; em 1994, 9% das preferências resultaram em 9,6% de deputados; em 1998, 11% de preferências e 11,3% de deputados; em 2002, 20% de preferências e 17,7% de deputados federais.
O mesmo não ocorre com os demais partidos. Em 1990, o PMDB tinha 12% das preferências na pesquisa, mas elegeu 21,5% dos deputados federais, enquanto o PFL, que tinha 4% das preferências, elegeu 16,5% dos deputados.
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