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“João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava palavra final era o deputado Eduardo Cunha do PMDB-RJ”, diz trecho do depoimento de Musa. O ex-gerente é réu no mesmo processo que Zelada, sucessor de Nestor Cerveró na diretoria internacional.
De acordo com a denúncia, Zelada, Musa e outras quatro pessoas receberam US$ 31 milhões da empresa chinesa TMT para beneficiar a sociedade americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer, celebrado com a Petrobras. Segundo os investigadores, a propina também favoreceu o PMDB.
Ainda na delação, o ex-gerente afirmou que soube do pagamento de propinas na Petrobras em 2006. Ele contou que João Augusto Henriques “era um lobista ligado ao PMDB que mantinha influência na área internacional e de engenharia da Petrobras, e possivelmente também na área de Exploração e Produção.”
A diretoria internacional é apontada como área de influência do PMDB na Petrobras. Musa é o segundo delator que cita o nome de Eduardo Cunha. O empresário Júlio Camargo, que representava a Toyo Setal, disse que o presidente da Câmara lhe pediu US$ 5 milhões em propina em troca de contratos referentes a dois contratos de navio-sonda na estatal. Júlio afirma que o peemedebista também se valia de aliados no Congresso para pressioná-lo a retomar os pagamentos ao partido. A suspeita é investigada no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há indícios de que Cunha praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia ainda será analisada pelos ministros do Supremo.
Eduardo Cunha diz não ter conhecimento do depoimento de Musa. O deputado sempre negou ter envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras e atribui as denúncias a uma perseguição política do governo e do Ministério Público Federal.
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