Rudolfo Lago
A decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar o inquérito contra o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, pareceu não ter arrefecido a crise no governo. Depois da senadora Ana Amélia (PP-RS), mais dois senadores da base governista, Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT), ambos do PDT, também assinaram o pedido de CPI para investigar o enriquecimento do ministro. No período em que era deputado federal até se tornar o coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, Palocci aumentou em mais de 20 vezes o seu patrimônio. Com as adesões de Cristovam e Taques, a CPI precisa agora de mais cinco assinaturas para ser instalada.
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Cristovam chegou a dizer há uma semana que condicionaria sua decisão de assinar ou não a CPI à decisão de Gurgel. Como o Ministério Público resolveu que não fará a investigação, tanto ele quanto Taques consideram que a alternativa agora é que a apuração seja feita pelo Congresso numa CPI.
“Continuo sem saber quem pagou ao ministro, com que objetivo e quanto ele recebeu”, argumenta Cristovam. O senador diz que quer ajudar o governo. Para ele, a permanência de um ministro suspeito atrapalha Dilma. Pedro Taques deu sua justificativa pelo twitter: “Ser da coalizão não significa submissão”, escreveu ele. “Meu patrimônio é minha coerência”.
A oposição acredita que novas adesões acontecerão. Eles contam com o apoio de Pedro Simon (PMDB-RS), de Itamar Franco (PPS-MG) – que convalesce de um tratamento de leucemia – e Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Para a instalação, o número mínimo de assinaturas é 27.
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