Em discurso hoje (7) na tribuna do Senado, o ex-governador do Distrito Federal senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu o nome de Pedro Simon (PMDB-RS) para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado.
"Se o PMDB tiver outros nomes como Pedro Simon, que apresente. Sei que o PMDB tem outras pessoas boas, mas eu não vejo ninguém melhor do que o senador Pedro Simon, hoje, para suceder Renan Calheiros", afirmou o pedetista, fazendo um apelo ao PMDB para que escolha um nome que represente a independência com relação ao Executivo.
Cristovam também rejeitou a candidatura de José Sarney (PMDB-AP). Após elogiar a biografia do senador e principalmente sua atuação à frente da Presidência da República (entre 1985 e 1990), o pedetista argumentou que a candidatura de Sarney à presidência do Senado representaria a submissão ao Executivo.
"Porque a candidatura de Sarney não está sendo construída no Congresso, mas no Planalto. Então eu faço um apelo ao presidente Sarney. Que ele não se preste a esse papel, que é menor que sua biografia. Porque ela representaria a continuidade".
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Para Cristovam, a candidatura de Sarney à presidência do Senado seria "menor que sua biografia". "É melhor que o senador Sarney sente nestas cadeiras ai [disse apontando para o plenário do Senado], dando conselhos para nós, senadores, do que nesta cadeira aqui [disse apontando para a cadeira de presidente], como ministro do presidente Lula. Não queremos continuidade e nem oposição. Queremos independência e renovação", defendeu o ex-governador do DF.
Em seu discurso, o pedetista argumentou que a candidatura de Sarney não seria unânime entre os senadores. E que Simon já havia admitido concorrer a presidência desde que o PMDB indicasse seu nome. "Faço um apelo ao PMDB para que indique o nome de Simon. Porque precisamos de um candidato que seja do PMDB, que seja do Senado e que seja da sociedade", disse Cristovam.
O pedetista destacou que, uma vez indicado e em respeito a sua história, Simon não teria nem o direito de recusar a candidatura.
"Eu não vejo nele o direito de recusar essa candidatura se o PMDB quiser. Não tem o direito depois dos discursos que ele faz aqui. Apesar de duro, ele é sempre respeitoso em seus discursos. E é isso que nós precisamos. De alguém que tenha uma postura de independência e respeito, mas que saiba que o presidente do Senado não é menor. Não podemos ter uma postura de submissão. E nós estamos ajoelhados diante do Poder Executivo por causa das medidas provisórias e do Judiciário por causa das liminares. Mas isso é culpa nossa. E temos que tirar o Legislativo dessa postura de submissão", argumentou. (Soraia Costa)
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