O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou o crescimento de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano foi "decepcionante" "Foi um pouco decepcionante. Eu esperava um crescimento maior. Infelizmente, não houve crescimento robusto da indústria. Mas dentro desse PIB, tivemos notícias interessantes, como o investimento, que cresceu", declarou.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, a alta foi de 0,4%. Em relação ao terceiro trimestre de 2005, o PIB registrou alta de 3,2%. Com isso, no acumulado do ano, o PIB subiu 2,5%.
"Esse ano não vai ser um ano brilhante em crescimento. Abaixo do que eu esperava. Mas vamos passar de 2006 para 2007 com a economia em crescimento. Já temos informações seguras de que, a partir de outubro, está havendo crescimento da economia. Eu diria que o cenário é favorável para o futuro. O presente é razoável, poderia ser melhor, mas o futuro é promissor", disse Mantega.
Por sua vez, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificou o crescimento do PIB no terceiro trimestre como "modesto". "De fato, todos nós gostaríamos que tivesse um resultado maior do PIB. Isso já aconteceu e estamos discutindo o que vai acontecer no ano que vem. E as noticias que temos é de que o quarto trimestre está indo muito bem", afirmou o ministro.
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"Nós reconhecemos que é um resultado modesto, mas isso já foi motivo de amplo debate. O presidente Lula tem cobrado medidas para alavancar o crescimento. Nós tínhamos esse cenário e estamos trabalhando para torná-lo diferente", complementou.
Esquecendo 2006
Ao comentar o resultado do PIB no terceiro trimestre, o presidente Lula afirmou que prefere esperar o resultado do quarto trimestre para "ver como vai ficar". "Certamente o PIB no quarto trimestre pode crescer 1,5%, ou um pouco mais. Eu já não estou mais pensando em 2006; agora estou pensando em 2007, 2008, 2009 e 2010. Tenho de pensar para a frente", disse Lula.
O presidente também afirmou que está tomando medidas para que a economia do Brasil tenha um "crescimento mais vigoroso e possa atender mais rapidamente à necessidade de geração de empregos e da riqueza de que precisamos".
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Tarso diz que adesão do PMDB facilitará reformas
O governo aposta que a adesão formal do PMDB à base aliada vai facilitar a vida do presidente Lula no segundo mandato. Após o anúncio de hoje (30) da decisão dos peemedebistas, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou, por meio da assessoria, que a aliança vai garantir a aprovação das reformas de que “o país precisa”.
“Lula vai convidar o PMDB para aprofundar a discussão dos programas e a formação do conselho político. A decisão de hoje foi importante porque o PMDB forte e unificado pode ajudar a aprofundar as reformas que o Brasil precisa. É um grande impulso, sobretudo, para a reforma política”, disse Tarso.
Na próxima semana, o presidente deve encontrar-se com integrantes da direção do PMDB para negociar a participação do partido no novo governo. Eles vão fazer parte também do conselho político, órgão que reunirá presidentes dos partidos da coalizão.
Ministro da Justiça confirma que deixará governo Lula
Na abertura do encontro da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Enccla), realizado hoje (30), em Ribeirão Preto, (SP), o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou que deixará o cargo no segundo mandato do presidente Lula, mas não estabeleceu um prazo para sua saída.
"A minha esperança é de que continuem alguns programas, como o da Polícia Federal, o da reforma do Judiciário e o da integração das forças de segurança pública através da Secretaria de Segurança Pública", disse o ministro.
Thomas Bastos ainda declarou "esperar que o novo ministro da Justiça intensifique alguns programas, modifique alguns outros, mas que caminhe nessa direção de que é preciso construir instituições estáveis, sólidas, como o Ministério Público independente, a Polícia Federal independente, à infensa aos favores do governo".
Lula quer que Conselho de Segurança da ONU mude
Durante discurso na I Cúpula entre América do Sul e África, em Abuja, na Nigéria, o presidente Lula pediu apoio para garantir a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
"Precisamos adaptar as instituições aos nossos tempos. O Conselho de Segurança reflete uma ordem internacional que não existe mais. Sua ampliação, com novos assentos permanentes e não-permanentes, para países em desenvolvimento, é a chave para torná-lo mais legítimo e democrático", afirmou.
O presidente ressaltou a importância do encontro. "Esta cúpula abre um novo capítulo na história das relações sul-sul. Duas regiões em desenvolvimento se reúnem por vontade política própria, sem intermediários. Se queremos outra globalização, menos desigual, mais solidária, precisamos construir parcerias estratégicas que atendam os países mais pobres".
O presidente da Líbia, Muamar Khadafi, também pediu modificações no Conselho de Segurança da ONU. "É hora de acelerarmos o passo e vencer desafios, deixando de ser apenas fornecedores de matérias primas e nos tornarmos industrializados", disse o líder líbio.
Antes da reunião, o presidente Lula e Khadafi tomaram café da manhã juntos. Na ocasião, eles discutiram as relações bilaterais e decidiram que vão exigir mais vagas permanentes para os países em desenvolvimento no Conselho de Segurança da ONU.
Governo quer mexer na aposentadoria do funcionalismo
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou ontem que o governo federal pretende rever as regras para a aposentadoria do funcionalismo público. Segundo ele, as alterações têm o objetivo de acelerar o crescimento da economia e não deverão atingir a iniciativa privada. "A regulamentação da reforma do setor público está entre as medidas que apresentamos ao presidente (…). Acredito que o presidente Lula enviará o projeto ao Congresso em fevereiro", disse o ministro.
De acordo com a Folha de S.Paulo, uma das principais mudanças discutidas é a definição de um teto para as aposentadorias dos servidores públicos, que não poderá ultrapassar o total pago pelo INSS a trabalhadores do setor privado. O teto atual é de de R$ 2.801,56 – os funcionários públicos terão, pela proposta de Bernardo, de contribuir com até 11% desse valor, a exemplo do que já ocorre com a iniciativa privada.
Para receber mais, os servidores teriam de recorrer a um fundo de previdência complementar, para o qual repassariam, assim como o governo, de 6% a 7% do salário, numa espécie de “regime misto”.
O valor a ser recebido na aposentadoria, de acordo com a proposta, dependeria dos rendimentos obtidos pelo gestor do fundo ao longo do período de investimento. As mudanças nas regras de aposentadoria do funcionalismo público já tinham sido aprovadas pelo Congresso em 2003, mas nunca tiveram regulamentação do governo federal. Até agora, a única medida em vigor é a cobrança dos 11% de contribuição sobre o vencimento dos servidores inativos, que está valendo desde 2004.
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