Ricardo Ramos |
Após forte pressão de parlamentares envolvidos no escândalo, as CPIs dos Correios e do Mensalão decidiram deixar de lado as divergências e unificar os trabalhos para apresentar, hoje à tarde, suas primeiras conclusões sobre a existência do mensalão. Nas 53 páginas do texto feito pelos relatores Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), o corte é preciso. É recomendada a cassação por quebra de decoro parlamentar de 18 deputados – o documento chegou até incluir o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), que há um mês renunciou ao mandato para não correr o risco de perder seus direitos políticos. O documento, que pede a abertura e o encaminhamento dos processos ao Conselho de Ética da Câmara, chama de "esfarrapada" a tese de empréstimos bancários feitos pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo empresário Marcos Valério para partidos políticos. É enfático ao sustentar que o mensalão existiu, sim, e que os parlamentares que se valeram de vantagens financeiras não têm legitimidade para ficar no cargo. Leia também “O que resta inconteste é o recebimento de dinheiro por parlamentares e dirigentes de partidos que integram a base de sustentação do governo na Câmara dos Deputados", diz o relatório, ao acentuar que a periodicidade dos pagamentos é “o que menos importa”. Caso o relatório conjunto venha a ser aprovado na sessão desta tarde, caberá ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), encaminhá-lo ao Conselho de Ética. Ontem mesmo, Severino adiantou que só depois do feriado, no dia 13, é que vai se reunir com a Mesa Diretora da Câmara para definir qual destino dará ao pedido das CPIs. Pelo regimento, vai depender do parecer do corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), o futuro do relatório: se segue diretamente para o Conselho de Ética, fica com a Corregedoria ou vai ao arquivo. |
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