Edson Sardinha
A CPI da Violência Urbana vai pedir apoio ao Ministério da Justiça, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para aprofundar as investigações sobre os crimes atribuídos ao ex-deputado estadual do Amazonas Wallace de Souza. O relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), esteve esta semana em Manaus, onde ouviu autoridades locais a respeito das ações da organização criminosa da qual Wallace é acusado de liderar.
Seis testemunhas de crimes atribuídos ao grupo do ex-deputado foram assassinadas no último mês, desde que Wallace e seu filho Raphael foram presos, acusados de comandar uma organização que usava a estrutura da Polícia Militar para a prática de crimes como assassinato, extorsão e tráfico de drogas. Cinco das seis vítimas foram mortas após prestarem depoimentos à polícia e ao Ministério Público.
Wallace foi cassado pela Assembleia Legislativa do Amazonas, suspeito de ter participação no assassinato de nove pessoas. Os crimes atribuídos ao então deputado estadual eram exibidos num programa de TV apresentado por ele. O caso veio à tona em reportagem veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo.
“Trata-se de um caso muito maior, uma organização criminosa que tem forte presença no tráfico de drogas, influência comprovada dentro da estrutura policial no estado, com espaços na mídia, e que exige inclusive uma investigação sobre a possibilidade de comprometimento de segmentos do Judiciário e do Ministério Público”, disse Paulo Pimenta, em Manaus, relata a Agência Câmara.
O relator da CPI da Violência Urbana diz que a organização criminosa atua há vários anos em Manaus e passou a assassinar testemunhas por causa do sentimento de impunidade. Segundo Paulo Pimenta, a comissão vai promover novas audiências públicas para tratar do assunto no Amazonas e em Brasília.
“Entendo que existe, por trás de todos esses episódios, um grande sentido de impunidade, que envolve pessoas que exercem atividades públicas, que podem envolver membros do Ministério Público, do Poder Judiciário e esses episódios que estão ocorrendo aqui no estado chegaram ao conhecimento dos órgãos de corregedoria e fiscalização dessas organizações”, afirmou Pimenta.
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