O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta, começou há pouco a apresentação do relatório final dos trabalhos. O texto, entretanto, só será votado no próximo dia 29. O deputado Arnaldo Farias de Sá (PTB-SP) avisou que, embora não se oponha ao texto, vai pedir vista do material. O relatório sugere o indiciamento de 16 pessoas, entre eles o traficante Marcos Willians Camacho, o Marcola, por homicídio qualificado, formação de quadrilha e outros dois crimes. Camacho é líder da facção criminosa PCC e liderou os ataques que aterrorizaram a capital paulista entre maio e agosto deste ano.
Pimenta pede também o indiciamento de sete advogados acusados de ligação com o PCC. Entre eles, Sérgio Wéslei da Cunha e Maria Cristina Machado. Os dois arquitetaram a compra do depoimento reservado de dois delegados à CPI. Durante o depoimento, os delegados deram detalhes da formação e funcionamento do PCC. O teor foi divulgado via celular a vários presídios onde estão líderes do PCC, às vésperas dos ataques em São Paulo. "Foram eles que corromperam os funcionários da Câmara obtendo a gravação de seção reservada dessa comissão divulgando junto aos líderes do PCC, ajudando a desencadear as rebeliões e tumultos que assombravam o país em maio deste ano", afirma um trecho do relatório.
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O relator sugere também o indiciamento de Arthur Vinícius Silva, funcionário da Câmara que repassou a gravação dos depoimentos aos advogados do PCC em troca de R$ 50. O relatório pede, ainda, o indiciamento de três presidiários ligados à facção criminosa, além dos irmãos Carlos Henrique Gross, Paulo Henrique Gross e do tenente coronel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Walter dos Santos Paraíso por tráfico internacional de armas.
Outro indiciado é Hélio Scielzo Brunet, que dirigia o serviço de armamento da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil do RJ. Brunet é acusado de desviar armas que estavam sob sua custódia e entregar a traficante de drogas. (Diego Moraes e Ricardo Taffner)
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