Ao término da reunião de líderes no Senado para discutir a composição da CPI dos Cartões, a oposição deu agora há pouco um ultimato ao governo: caso o Planalto não decida se cede ou não a presidência do colegiado à oposição até as 14h de amanhã (26), será mesmo instalada uma CPI exclusiva na Casa, onde os oposicionistas têm mais força do que na Câmara podendo indicar um nome para a presidência da Comissão. Caso o governo se mantenha inflexível e mantenha a indicação de Neuto de Conto (PMDB-SC) para presidir a comissão, a oposição ameaça inclusive boicotar os trabalhos no Senado.
Ao falar ao Congresso em Foco, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), jogou sobre o principal articulador do Planalto no Senado a responsabilidade sobre o acordo.
“O prazo é até amanhã, às duas horas. Isso não aumentou a responsabilidade do líder [do governo no Senado], Romero Jucá [PMDB-RR]. Foi um crédito de confiança que demos para ele, Jucá, encontrar um caminho”, avisou Agripino, um dos principais críticos da “teimosia” do governo. “[O prazo] foi um instrumento que foi dado a ele para o êxito da missão. Foi ele quem pediu, e ele vai arcar com a responsabilidade."
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Tia Maroca
Sobre a possibilidade de serem abertas duas CPIs com o mesmo tema no Congresso, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que uma não atrapalha a outra. "Se uma delas quiser empurrar a sujeira para debaixo do tapete, a outra não vai deixar", avaliou.
Quanto à indicação do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), que tem postura independente do governo – razão de não ter apoio entre os governistas -, Virgílio ironizou. "Eles [os governistas] acham que quem vai para a CPI? A tia Maroca? Não, tem que ter alguém que apure", ressaltou.
Ontem, em reunião no Palácio do Planalto, o presidente Lula reiterou a intenção de manter nas mãos do governo os dois principais cargos da CPI (relatoria e presidência), segundo o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). Participaram do encontro, além de Lula e Fontana, o ministro das Relações Institucionais, José Mucio, e o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci. (Fábio Góis e Erich Decat)
Matéria atualizada às 17h02
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