Instalada em março de 2005, a CPI do Tráfico de Armas aprovou hoje a prorrogação de seus trabalhos por mais 60 dias. Sem a prorrogação, as atividades da comissão teriam que terminar no dia 5 de setembro.
No momento, os parlamentares da comissão estão reunidos na sede na Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no DF para ouvir as advogadas Libânia Fernandes Costa e Valéria Dammous, acusadas de apoiar a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Presas desde junho, elas “transmitiram ordens das lideranças da organização a outros presos que possibilitaram atos de violência e destruição, que deixaram um rastro de barbárie e mortes de policiais e população civil inocente”, informou o Grupo de Atuação especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco).
O relator da CPI, deputado Paulo Pimenta, disse durante a reunião que há “indícios consistentes” de que a advogada Valéria Dammous trabalhou para a organização e teve participação na segunda onda de rebeliões no estado de São Paulo, ocorrida em julho, repassando ordens de execução de agentes penitenciários.
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Valéria negou a acusação e explicou que a polícia realmente encontrou dados que confirmam o recebimento de ordens de passar recados de clientes presos para outras pessoas, no entanto, ela não teria cumprido a determinação.
A CPI
Criada para investigar as organizações criminosas do tráfico de armas, a CPI ganhou maior visibilidade em maio deste ano, quando foi descoberto que a advogada do chefe da organização, Maria Cristina Rachado, pagou propina a um funcionário terceirizado da Câmara para obter cópias dos depoimentos sigilosos que dois delegados do Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo (Deic) prestaram à CPI.
Nos depoimentos, trazidos a público com exclusividade pelo Congresso em Foco, os delegados detalharam como funciona o PCC e mostraram a sensação de impotência das autoridades de segurança paulistas diante da capacidade de mobilização e ação da facção criminosa.
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