Para ganhar tempo a fim de colher as assinaturas necessárias para prorrogar os trabalhos, o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), decidiu transferir para as 19h desta quarta-feira a reunião administrativa da comissão prevista, a princípio, para o início da tarde. Lando, ao lado do relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), fez um apelo para que os deputados assinassem, até a meia-noite de hoje, o requerimento que adia para abril de 2006 o fim das investigações da comissão.
Se não conseguir a adesão de 171 deputados, a comissão vai encerrar os trabalhos hoje. Trinta senadores já subscreveram o requerimento. O relator disse que até aceita a extensão dos trabalhos, desde que haja novidades nas investigações. “Aceito a prorrogação desde que haja novas linhas de investigação. Eu não vou apresentar café requentado”, disse.
Abi-Ackel preparou às pressas um relatório para ser votado hoje que nega a existência do mensalão, e endossa a tese de que os recursos repassados das contas do empresário Marcos Valério para partidos políticos bancaram dívidas de campanha de parlamentares. Pego de surpresa com o possível fim da CPI do Mensalão, Abi-Ackel deverá afirmar que não encontrou indícios que provem a existência do pagamento de mesadas para parlamentares da base aliada votarem de acordo com os interesses do governo. Mas acrescentou que parlamentares acusados de envolvimento em irregularidades utilizaram o caixa dois para financiar parte de suas campanhas ou pagar dívidas. No documento, o relator não sugeriu, após quatro meses de trabalho, qualquer punição ou indiciamento dos envolvidos.
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O relator passou o feriado preparando o relatório para apresentá-lo esta quarta-feira de manhã na última reunião administrativa da comissão. No documento, o relator afirmará que houve repasses ilícitos, mas não periódicos, e que por isso não é possível provar que houve o pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político.
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