Os deputados Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão Aéreo, e Efraim Filho (DEM-RN), terão dois dias para acompanhar a degravação das caixas-pretas do avião da TAM, nos Estados Unidos. A segunda caixa-preta, que só foi encontrada ontem (sábado, dia 21), chegou hoje (22) a Washington, para análise no NTSB (National Transportation Safety Board).
Dois técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já estão na capital americana, acompanhando a degravação na primeira caixa-preta, que já começou. Uma das supostas caixas enviadas era, na verdade, um gravador destruído.
Marco Maia embarcou ontem à noite para os EUA. Hoje ele iria se encontrar com Efraim Morais em Washington. O deputado potiguar já estava no país, participando de uma missão especial pelo seu partido. De acordo com a agenda da comissão, o retorno dos parlamentares ao Brasil está previsto para a noite da próxima terça-feira.
Impasse
A determinação da CPI do Apagão Aéreo da Câmara de enviar dois deputados para os Estados Unidos, para acompanhar a degravação das caixas-pretas do avião da TAM, causou impasse na última reunião da comissão, sexta-feira (20).
Alguns membros, como o deputado Vic Pires (DEM-PA), achavam improdutiva a ida a Washington. Outros, como o vice-presidente da CPI, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendiam que a comissão deveria ir, mesmo não sendo “bem-vinda”. Depois de muita discussão, a CPI decidiu, por meio de voto, enviar dois representantes.
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Crise aérea piora desempenho de Lula em São Paulo
Segundo pesquisa Datafolha, divulgada hoje (22) no jornal Folha de S.Paulo, 43% dos moradores de São Paulo consideram ruim ou péssimo a conduta do presidente Lula diante da crise aérea. Para 36% ele é regular e somente 19% o consideram bom ou ótimo.
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A pesquisa, realizada na última sexta-feira (20), mostra que entre os paulistanos que costumam viajar de avião (20%), a imagem do presidente está ainda pior: 59% classificam a atitude de Lula frente ao caos aéreo ruim ou péssimo – entre os ricos e escolarizados, o índice chega a 67%.
Os entrevistados que disseram ter o costume de viajar de avião, 31% declararam que diminuíram a freqüência nos últimos 12 meses – a maioria (55%) afirmou que não houve mudanças.
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Responsabilidades
A pesquisa Datafolha também questionou os entrevistados sobre o grau de responsabilidade dos personagens envolvidos na crise aérea. A Infraero (estatal que administra os aeroportos) foi apontada como a que tem maior responsabilidade por 71% dos paulistanos.
Em seguida vem o governo federal (59%), as companhias aéreas (52%), a Aeronáutica (49%) e os controladores de vôo (42%).
Apenas 18% dos entrevistados dizem acreditar que o governo está empenhado para resolver os problemas. Para 38%, o governo não está empenhado, enquanto 40% acham que ele está um pouco empenhado.
Maioria dos paulistanos quer Congonhas aberto
De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada hoje (22) no jornal Folha de S.Paulo, realizada três dias depois da tragédia com o avião da TAM, em Congonhas, a maioria dos paulistanos é favorável que o aeroporto de Congonhas continue operando, mas com mudanças.
Para 34% dos paulistanos, o aeroporto, na zona sul de São Paulo, deve continuar funcionando com diminuição no número de vôos. Querem o seu fechamento até que as causas do acidente sejam esclarecidas 29% dos entrevistados, enquanto 26% são favoráveis ao fechamento definitivo de Congonhas.
A mesma pesquisa mostra que a TAM e a pista do aeroporto foram apontadas como as principais responsáveis pela tragédia da última terça-feira, quando cerca de 200 pessoas morreram, no pior acidente da história da aviação brasileira. (Lucas Ferraz)
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