A CPI dos Bingos divulgou há pouco uma tabela com valores da propina que supostamente era paga por empresas de ônibus de Santo André (SP) à prefeitura durante a gestão de Celso Daniel (PT), assassinado em 2002. O documento foi elaborado pelo Ministério Público de São Paulo com base nos depoimentos da empresária Ângela Grabili, também de Santo André.
Ela relatou que as empresas da cidade pagavam propina por cada ônibus em circulação. O valor era calculado de acordo com o preço da passagem. Os recursos iam parar na “caixinha do transporte”. A CPI desconfia que o dinheiro era repassado para um caixa dois montado pelo PT para financiar as campanhas eleitorais de 2002.
A tabela mostra os valores da propina paga entre 1997 e 2001. Nesse último ano, segundo a tabela, as empresas Nova Santo André e Viação São José eram obrigadas a pagar R$ 550 por cada ônibus. Durante os cinco anos, a Nova Santo André teria pagado R$ 198,53 mil em propina. A Viação São José pagou R$ 138,67 mil “por fora” à prefeitura do município.
Ângela acusa o empresário Ronan Maria Pinto, denunciado pelo Ministério Público por envolvimento na morte do Daniel, de participação no esquema de propina. Ele acabou de prestar depoimento à CPI e negou as acusações.
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Celso Daniel foi seqüestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto em um matagal dois dias depois. A Polícia Civil concluiu que tudo não passou de crime comum. Mas o Ministério Público estadual e a CPI dos Bingos desconfiam que o assassinato foi motivado por questões políticas. O ex-prefeito teria sido morto ao tentar desmantelar um esquema de corrupção, do qual participara, para arrecadar, junto a empresários, recursos para o caixa dois do PT.
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