A CPI dos Sanguessugas deve convocar o presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), segundo o sub-relator da comissão Fernando Gabeira (PV-RJ). Na avaliação do sub-relator, a dificuldade em esclarecer a origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê Vedoin reforça a tese de que parte do R$ 1,7 milhão apreendido provém de caixa dois de campanha.
"Dificilmente uma pessoa levantaria esse dinheiro pelas suas amizades. Esse dinheiro vem de afinidades políticas. Há uma possibilidade de ter vindo de caixa dois", afirmou Gabeira. "Resta saber de qual campanha é o caixa dois. Se, de um lado, o processo atendia aos interesses de um candidato no Estado, por outro ele foi dirigido por uma equipe nacional", ressaltou o deputado.
Gabeira e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), outra sub-relatora da CPI, solicitaram informações da investigação sobre o dossiê à Polícia Federal e à Justiça Federal. O juiz do caso, Jeferson Schneider, pediu prazo de 24 horas para entregar parte complementar do inquérito à CPI.
O inquérito tem cerca de mil páginas e a CPI tem em mãos apenas cerca de 725 páginas. Os documentos servirão para que os deputados se preparem para tomar os depoimentos na próxima semana de Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti.
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De acordo com Gabeira, Berzoini deve ser ouvido após a CPI tomar o depoimento dos seis "aloprados", como o presidente Lula se referiu aos envolvidos. A comissão ouvirá também Osvaldo Bargas (ex-coordenador da campanha de Lula), Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil) e Hamilton Lacerda (ex-coordenador de campanha de Aloizio Mercadante ao governo de SP).
A CPI também requisitou cópia do inquérito sobre o empresário Abel Pereira, acusado pela família Vedoin de cobrar propina para liberar recursos do Ministério da Saúde em 2002, durante a gestão do ex-ministro Barjas Negri (PSDB).
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