O depoimento do coronel Rufino Antônio da Silva, presidente da comissão da Aeronáutica que investigou o acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol que matou 154 pessoas em setembro de 2006, frustrou a oposição. Rufino pouco acrescentou às investigações da CPI do Apagão Aéreo.
Os destaques do depoimento foram o nervosismo de Rufino e o fato de ele ter entrado em contradição ao falar do suposto buraco negro que prejudica as comunicações de aviões com as torres de controle entre São José dos Campos, de onde partiu o Legacy, e o local do acidente. No início do depoimento, ele negou a existência do buraco. Pouco tempo depois, admitiu. Ao final da fala, voltou a negar.
Um acordo entre os membros da comissão encerrou o depoimento às 12h30, mas parlamentares do PSDB que não tiveram chance de fazer perguntas ao coronel saíram insatisfeitos e planejam apresentar requerimento pedindo a reconvocação de Rufino.
Blindagem
Segundo o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), os dados que a CPI obteve até agora levam a crer que a responsabilidade pelo acidente foi mesmo dos pilotos do legacy e dos controladores de vôo. Fruet queixou-se, contudo, de que haveria uma blindagem da Aeronáutica, que estaria impedindo que as investigações se aprofundassem nos problemas do tráfego aéreo brasileiro.
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O relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), considera que ainda é cedo para fazer um diagnóstico dos trabalhos da comissão. Para ele, só o aprofundamento da investigação poderá apontar os culpados do acidente e da crise aérea.
Está marcado para 13h30 o depoimento do brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). (Lucas Ferraz)
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