A CPI dos Grampos aprovou no início da tarde desta terça-feira (2) requerimentos de convocação do chefe de Segurança de Operações Especiais do STF, Ailton Carvalho de Queiroz, e do ex-diretor-adjunto da Abin, José Milton Campana. Os dois devem depor na próxima semana.
Queiroz foi o responsável por elaborar o relatório que aponta possíveis grampos nos telefones do Supremo Tribunal Federal (STF). Campana foi citado no depoimento à CPI do diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, como o responsável por colaborar com a Polícia Federal na realização de grampos na Operação Satiagraha. Campana estava presente há pouco na sala da CPI, como auxiliar do depoente Jorge Felix, mas foi convidado a se retirar, por ter sido convocado a depor em outro momento.
Neste momento, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança da Presidência da República, Jorge Felix, está depondo na CPI dos Grampos da Câmara. De acordo com a assessoria do presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), existe a possibilidade de o depoimento de Campana ocorrer ainda hoje. Isso só ocorreria se o depoimento do general Félix não fosse considerado produtivo pelos deputados.
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O depoimento foi motivado após a revista Veja divulgar no último fim de semana um diálogo entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Ambos confirmaram o teor da conversa à publicação. Segundo Veja, o grampo foi feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Os parlamentares da CPI querem saber quem foi responsável pelas escutas, se houve um comando da direção da Abin, se haverá punição pelo crime e quais as medidas adotadas para que isso não se repita.
Além do grampo envolvendo Mendes e Demóstenes, a revista afirmou que o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e os ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil) também foram alvos de inteceptação telefônicas pela Abin.
Ontem, após reunião com ministros do STF e com três senadores, incluindo o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o presidente Lula decidiu afastar a cúpula da Abin até o fim das investigações. (Renata Camargo e Rodolfo Torres)
Atualizada às 16h22
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