O ex-chefe do departamento de Contratação e Administração dos Correios Maurício Marinho sugeriu há pouco, em depoimento a portas fechadas na CPI dos Correios, que o esquema de corrupção na empresa ainda está montado, apesar do afastamento de diretores apontados como responsáveis pela corrupção na estatal. Segundo Marinho, apadrinhados desses ex-diretores ainda ocupam cargos na empresa e protagonizam fraudes nos processos licitatórios.
“Ele dá a entender que são pessoas colocadas pela diretoria afastada e insinua que o esquema continua”, afirmou o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Porém, o ex-funcionário disse não ter dados que atestem o prosseguimento das irregularidades por esses apadrinhados.
Durante o depoimento, Marinho entregou um dossiê de 300 páginas com cópias de contratos que comprovariam diversas irregularidades nos Correios durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele insinuou ter havido direcionamento nos editais de licitação, além de benefícios na execução dos serviços, como aditivos acima dos valores de mercado. O ex-diretor citou como exemplo a compra de 1.050 furgões pela estatal e afirmou que, para fornecê-los, somente a montadora Fiat se prontificou, com preços acima da média.
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Segundo o ex-diretor, o valor de cada furgão, na concessionária, chega a R$ 31.776. Aos Correios, eles foram vendidos por R$ 32.400. A Fiat aparece como uma das depositárias da SMP&B, uma das agências do empresário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão. A assessoria da montadora afirmou que o depósito era referente ao pagamento de serviços de publicidade.
O contrato para a aquisição dos furgões foi de R$ 34 milhões. Segundo Marinho, na compra de cada veículo, R$ 1 mil eram desviados para pessoas envolvidas nos processo de licitação.
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