A Corregedoria da Polícia Federal (PF) já deu início à análise da representação protocolada ontem (22) pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI) contra o delegado Protógenes Queiroz, para ver se a denúncia procede – condição para que a PF instaure processo administrativo. Heráclito alega que Protógenes divulgou criminosamente trechos das investigações sobre o esquema de crimes financeiros em que o nome do senador é citado.
Em grampos autorizados pela Justiça, interlocutores do grupo de Daniel Dantas – segundo a PF o mentor do esquema de crimes financeiros desbaratado pela Operação Satiagraha – citam Heráclito como um senador útil à atuação do Opportunity, banco de Dantas.
Afastado desde a semana passada do comando da Satiagraha, Protógenes é acusado pelo advogado Hélio Lins e Silva, que defende Heráclito, de vazar à imprensa “elementos colhidos na investigação, ao que parece, com o único e claro escopo de prejudicar a imagem também de outras pessoas, não envolvidas nos fatos tidos como criminosos e em apuração, como no caso do senador ora requerente", como diz trecho da representação – encaminhada ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e também ajuizado ontem no Ministério da Justiça.
Leia também
Heráclito, para quem Protógenes, e não o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, deveria sofrer impeachment (leia), está disposto a processar o delegado por cada um dos crimes que ele tenha cometido contra o senador.
Caso a Corregedoria da PF considere procedente a representação de Heráclito, que aponta “violação de sigilo funcional”, o delegado Protógenes pode receber condenação de seis meses a seis anos de reclusão, segundo o artigo 325 do Código Penal. (Fábio Góis)
Deixe um comentário