O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), solicitou hoje (27) ao corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP), que apure a denúncia feita pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) de que foi procurado por um assessor da Presidência da República para negociar seu voto a favor da prorrogação da CPMF em troca da liberação de emendas.
O peemedebista alega que, há cerca de 20 dias, tem sido procurado pelo subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Marcos de Castro Lima. Segundo ele, o motivo do assédio seria uma negociação para a liberação da suas emendas no valor de R$ 6 milhões destinadas ao seu estado.
“Num momento em que temos assuntos importantes para votar, nós somos abordados para liberar emenda?”, queixou-se o senador em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco. “Não admito esse assédio. Ninguém precisa conversar comigo sobre liberação de emenda. Como disse no dia 16 de novembro aqui no plenário: quem tiver a intenção de me procurar para tratar desse assunto mude de rumo”, acrescentou.
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De acordo com o senador, após várias tentativas pelo telefone, Marcos foi pessoalmente ao seu gabinete no início da semana passada. “Ele entrou [na sala] e, se não fosse a minha chefe de gabinete, teria ido direto para o meu gabinete, sem ser convidado”.
Segundo Geraldo Mesquita, Marcos não é a única figura do governo que, nos últimos dias, tem buscado uma aproximação. “Recebemos muitos convites de audiências até mesmo dos ministros”, relatou o senador, sem dar os nomes dos ministros.
Outro lado
O Congresso em Foco procurou Marcos de Castro, que disse que responderia aos questionamentos do site a respeito das declarações do senador apenas por e-mail. A reportagem ainda aguarda o retorno do subchefe de Assuntos Parlamentares.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), cobrou uma posição do recém-empossado Ministro da Integração, José Múcio, sobre o assunto. “Temos que aclarar essa questão O Senado não pode achar que não houve algo de errado”, disse o tucano.
Integrante da ala oposicionista do PMDB, Geraldo Mesquita tem indicado que pretende votar contra a prorrogação da CPMF. (Erich Decat)
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