Em entrevista coletiva à imprensa, no início da tarde desta quinta-feira (5), o corregedor-geral da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), afirmou que está “ansioso para ser ouvido pela Justiça” para esclarecer a polêmica em torno do castelo de sua família estimado em US$ 25 milhões. O imóvel não foi declarado à Justiça Eleitoral.
Segundo Edmar, o bem nunca foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter sido repassado ao nome de seu filho, o deputado estadual Leonardo Moreira (DEM-MG), antes mesmo de Edmar tomar posse como deputado. O corregedor afirma que de 1982 a 1990, período em que a obra estava em andamento, “tudo estava absolutamente declarado”.
“Em 18 de dezembro de 1993, transferi todos os meus bens. São passados 15 anos, em escritura pública registrada em cartório, que eu transferi todos os bens para os meus filhos. Não posso declarar um bem que não é meu. Está acusação é extremamente injusta. Que ocultamento é esse? Ocultar por que, a troco de quê?”, declarou Edmar.
A obra monumental em estilo europeu, chamada Castelo Monalisa, localizada em São João Nepomuceno, na Zona da Mata mineira, tem 7,5 mil metros quadrados de área construída, com oito torres, 36 suítes, 18 salas, piscina com cascata e mais de 270 janelas. Segundo o corregedor, inicialmente o castelo foi pensado como um hotel.
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Na região, o castelo é conhecido como sendo de propriedade do “capitão”, apelido dado a Edmar, que se aposentou como capitão da Polícia Militar de Minas Gerais. O espaço é um ponto de grandes festas realizadas pelo corregedor. Em 1993, inclusive, ano em que Edmar afirma ter repassado o bem para o nome de seu filho, o parlamentar chegou a receber o então presidente Itamar Franco em recepção regada a muito vinho.
Em sua defesa, o corregedor diz não ver motivos para deixar a função. “Estou sendo condenado por qual tribunal? Acho absolutamente justo [abrirem um processo], mas não vou ensejar porque que isso aconteça, porque já vou prestar todo o esclarecimento sobre o imóvel”, considerou.
Edmar foi questionado ainda sobre uma ação contra a sua empresa de segurança que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), a cerca de uma dívida com o INSS no valor de R$ 1 milhão. O corregedor afirmou que “o valor já foi quitado”. “Não sei quantificar essa dívida. Tem um processo de fiscalização que houve, mas eu nem fui denunciado. Isso já foi pago há muito tempo”, disse. (Renata Camargo)
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