O corregedor da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PR-PE), deu hoje (8) um prazo de cinco dias para que o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical (PF), apresente uma defesa consistente contra as acusações, pela Polícia Federal, de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Do contrário, garante Inocêncio, enviará ao Conselho de Ética da Casa o procedimento aberto sobre o caso na corregedoria.
“A situação é grave, todos os dias aparece na imprensa mais fatos relacionados ao caso”, ensejou o corregedor, para quem não só o deputado pedetista, mas a própria Câmara já está atingida pelas denúncias de corrupção. “A imagem da instituição está em jogo, nós pediremos esclarecimento o mais rápido possível, para que não continue esse desgaste para a Câmara dos Deputados.”
Segundo Inocêncio, o prazo de cinco dias será utilizado para que ele obtenha mais informações sobre a denúncia da PF contra o deputado Paulinho e sobre alguns dos supostos envolvidos com a quadrilha que operava o esquema desbaratado pela Operação Santa Tereza. Entre os suspeitos estão o amigo e ex-assessor de Paulinho, João Pedro Moura, e o advogado Ricardo Tosto, que compõe, por indicação da Força Sindical – comandada pelo deputado pedetista –, o Conselho de Administração do BNDES.
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O Congresso em Foco tentou entrar em contato com o deputado Paulo Pereira por telefone, mas até a publicação desta matéria ele não havia respondido às ligações.
Na semana passada, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra 13 pessoas acusadas de fraudes em financiamentos do BNDES, lavagem de dinheiro, exploração da prostituição e tráfico de mulheres. João Pedro de Moura está entre os presos pela operação da PF. A PF suspeita de que o deputado tenha recebido dinheiro (cerca de R$ 325 mil) em troca da liberação de um empréstimo à prefeitura de Praia Grande (SP).
Em reunião realizada na noite de terça-feira (6) pela Executiva Nacional do PDT, o partido reafirmou o apoio irrestrito a Paulinho, como havia feito, por meio de nota, a Força Sindical. Antes, em plenário, Paulinho subiu à tribuna da Câmara para negar as acusações e anunciar que pediria ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a abertura dos próprios sigilos bancário, fiscal e telefônico. "Se tiver alguma coisa, que ele me puna”, desafiou (leia). (Fábio Góis)
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