Sônia Mossri |
A questão das taxas de juros é tão polêmica que nem os próprios integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), todos diretores do Banco Central, se entendem. Na última reunião do Copom, no dia 17 de março, seis dos membros foram favoráveis à queda da Selic, enquanto outros três defendiam a manutenção da taxa em 16,5% ao ano. Aqueles que consideram temerário a diminuição da taxa argumentam que ainda há risco de inflação e que é preciso conter a pressão sobre os preços aumentando os juros e diminuindo a procura por bens e serviços. O ex-ministro e atual deputado Delfim Netto (PP-SP) é um dos gurus do ministro Palocci, com quem conversa freqüentemente. Desde o final do ano passado, Delfim vem repetindo que o Banco Central já poderia ter iniciado uma queda gradual das taxas de juros. Leia também O Copom foi criado em 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso, para definir a política monetária, basicamente a chamada taxa Selic – taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia para títulos federais. Por meio desse indicador do valor da taxa que o governo pagará pelos seus papéis, o mercado estipula as diferentes taxas de juros do sistema financeiro. O colegiado é composto por membros da diretoria do Banco Central: o presidente, os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidação e Desestatização, e Administração. A partir de 2000, as reuniões do Copom passaram a ser mensais. Numa quarta-feira de todo mês, o mercado pára à espera da definição da taxa Selic. Dependendo da variação dessa taxa, o mercado paralelo do dólar pode subir ou baixar, a cotação de ações na bolsa de valores pode variar e o setor produtivo faz suas projeções econômicas. |
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