Na última reunião realizada antes das eleições de 1º de outubro, ontem (30) à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros em meio ponto percentual. Assim, a taxa, denominada Selic, caiu de 14,75% para 14,25% ao ano.
O corte foi superior ao esperado por analistas econômicos e investidores, que, em sua grande maioria, apostavam em uma queda de 0,25%. Em um comunicado lacônico, o Copom – que é formado pelos diretores do Banco Central – anunciou que a decisão foi tomada depois de o comitê avaliar "o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".
Apesar da queda, o juro brasileiro ainda está entre os maiores do mundo. A última vez em que a taxa de juros fixada destoou do ponto médio das previsões dos investidores havia sido em maio de 2005, quando a Selic subiu de 19,5% para 19,75% ao ano, enquanto se apostava na estabilidade na taxa. O próprio BC destacava como meritória a previsibilidade do Copom, mantida nas 12 reuniões anteriores.
No comunicado que acompanhou a divulgação da medida, tomada por unanimidade, o BC disse apenas que avaliou "o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação". Foi a 10ª queda consecutiva da Selic, a taxa do BC, que em julho atingira o menor nível desde sua criação, em 1996.
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A continuidade do ritmo de alívio monetário contraria a tendência sinalizada anteriormente pelo BC. Nas últimas atas de suas reuniões, o Copom afirmava que o processo de queda dos juros iniciado em setembro de 2005 passaria a ser conduzido com "parcimônia", no documento de maio, e "maior parcimônia", em julho. Nas duas ocasiões, a taxa teve corte de 0,5 ponto.
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