Em liberdade desde o último dia 8, Alexandre José de Oliveira Júnior – copiloto do helicóptero pertencente ao deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrela (PR-MG), em que foi transportada quase meia tonelada de cocaína – afirmou que foi usado e que está com medo de morrer e sem condições de voltar a trabalhar.
A aeronave com a pasta base de cocaína foi apreendida em novembro de 2013 em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo. “Estou acabado. Minha empresa quebrou e não consigo emprego. Quem vai entregar helicóptero para um piloto que foi preso com 445 quilos de cocaína?”, indagou Oliveira Júnior. Ele, que passou quatro meses na cadeia, deu as declarações ao Diário do Centro do Mundo.
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Além do flagrante no Espírito Santo, Oliveira Júnior foi citado como participante de um plano para resgatar chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) presos em São Paulo. “É mentira. Respondo pelos meus erros, mas não aceito que coloquem na minha conta o que eu não fiz.”
Na entrevista, o copiloto afirmou que só soube que transportava cocaína depois que chegou a Afonso Cláudio, quando dois homens que aguardavam o helicóptero abriram as bolsas pretas onde estava a droga, e retiraram tabletes. “Eu fui contratado para trazer eletrônicos e medicamentos veterinários do Paraguai. Para mim, era contrabando de mercadorias, não tráfico de drogas”, diz ele.
No entanto, as mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) nos telefones móveis usados pelo copiloto mostram outra história. Em uma das conversas, Oliveira Júnior disse a Rogério Almeida Antunes (piloto do helicóptero) que cobraria R$ 250 mil pelo transporte. Assegurou que o piloto ficaria com aproximadamente R$ 150 mil, para cobrir as despesas com horas de voo, mais 50 mil por dia de trabalho.
Na entrevista, Oliveira Júnior disse que o pagamento seria feito por Harley, um codinome que aparece na transcrição das mensagens, mas ele nega saber mais do que isso. Gustavo Perrella e o senador Zezé Perrella não foram indiciados no caso.
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