O coordenador-geral da campanha do presidente Lula à reeleição, Marco Aurélio Garcia, disse nesta terça-feira (26) que o ex-assessor especial da Presidência, Freud Godoy, será isentado no caso da compra dos dossiês contra candidatos tucanos. Parafraseando o candidato petista, Garcia afirmou ainda que a oposição quer "melar a eleição".
"Freud Godoy vai aparecer como absolutamente isento de qualquer irregularidade", declarou o coordenador, que hoje reuniu-se com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio de Mello. Garcia disse que tanto o PT quanto o presidente Lula esperam que o tema seja esclarecido "o mais rápido possível".
O coordenador afirmou ainda que, apesar das denúncias publicadas nos últimos dias, a campanha toda aposta que Lula vencerá as eleições no primeiro turno. "Nós estamos preparados para uma eleição em dois turnos, mas temos a firme convicção de que o movimento que está havendo na sociedade brasileira garantirá ao presidente Lula a eleição no primeiro turno", declarou.
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Sobre o pedido de quebra de sigilo telefônico dos quatro acusados de envolvimento na compra dos documentos feito pelo PSDB, o coordenador afirmou que trata-se de uma tática sem conseqüência prática e ressaltou que a oposição não tem "autoridade moral" para acusar o governo.
"Não vemos autoridade política nem moral do presidente do PFL e do PSDB para vir lançar sobre as eleições qualquer tipo de sombra. As eleições se darão de forma livre. Isso faz parte de uma guerra de perdedores que querem melar a eleição", afirmou.
Ele afirmou ainda que certamente a quebra de sigilo telefônico do presidente do PT, Ricardo Berzoini, solicitada pelo PSDB, vai apontar contatos com Lula porque os dois são do mesmo partido. A idéia dos oposicionistas é tenta vincular o Planalto ao episódio da compra de dossiês.
Questionado qual seria sua opinião sobre à participação de Lula nos debates, Garcia respondeu: "a minha opinião a esse respeito eu transmito ao presidente". Em relação ao fato de o escândalo da compra de dossiê não ter afetado a situação de Lula nas pesquisas, o coordenador afirmou que isso indica o fim da idéia de que a sociedade pensa sempre da mesma forma.
"É preciso terminar com a idéia de que as acusações são lidas da mesma forma pela sociedade. Nós vivemos em uma democracia em que 127 milhões de brasileiros tem exatamente o mesmo peso", declarou.
O coordenador da campanha comentou também a frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, durante um comício, chamou Lula de demônio porque o petista se comparara a Jesus Cristo. "Tenho que avaliar com certa preocupação porque, durante muito tempo, o Fernando Henrique se considerava Deus. E se ele está dando um juízo desse tipo, deve ser um juízo a ser levado em conta", ironizou.
Garcia afirmou que a visita ao presidente do TSE foi um ato de cortesia, para discutir ruímos da campanha eleitoral. Ele afirmou que a comparação feita por Marco Aurélio entre o episódio da compra de dossiês e o Watergate, nos Estados Unidos, a qual classificou na semana passada de ter "conotação eleitoreira", é assunto resolvido.
"Houve movimento de magnificar o ocorrido, mas o próprio ministro se encarregou de desfazer (o incidente) e eu também. Tivemos hoje uma conversa amistosa e produtiva." Garcia afirmou que os dois conversaram sobre os julgamentos de recursos contra o PT pelo TSE nestas eleições – a coligação de Lula já perdeu mais de 40 minutos em punições.
"Não queremos politizar o TSE, mas tampouco queremos judicializar as eleições. Espero que o TSE garanta da melhor maneira o resultado das eleições", declarou. (Diego Moraes)
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