Mário Coelho
O ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa vai prestar depoimento aos integrantes da CPI da Corrupção na sede da Polícia Federal em Brasília. O acerto ocorreu durante reunião de deputados distritais e o diretor-geral da corporação, Luiz Fernando Corrêa, nesta quarta-feira (17). A previsão é que Durval seja intimado hoje à tarde por agentes federais. A partir disso, a PF marcaria uma data e faria o credenciamento para as pessoas acompanharem a oitiva.
“Ainda precisa marcar a data, mas a nossa expectativa é que aconteça até o fim de março”, afirmou a presidente da CPI da Corrupção, Eliana Pedrosa (DEM). Segundo ela, os distritais “estão preparados” para tomar o depoimento de Durval a qualquer momento. A intenção é que isso ocorra antes das oitivas com os empresários, previstas a partir da próxima semana. “Mas se acontecer depois, não teremos mudanças de rumo, manteremos o cronograma”, avisou.
O relator da CPI, Paulo Tadeu (PT), dise que o ideal é ouvir Durval antes dos empresários. Mas, se não for possível, a comissão vai “encontrar outros caminhos”. “O Durval, como o principal denunciante do caso, é preciso ser ouvido. Ele vai prestar depoimento como testemunha do mensalão, não como acusado”, disse o parlamentar. Além de avisar à PF sobre a convocação do ex-secretário de Relações Institucionais, os distritais também solicitaram o acompanhamento de um delegado e de agentes federais na CPI.
O depoimento dele estava previsto para 26 de janeiro. Porém, o próprio ex-secretário enviou uma carta à comissão pedindo o adiamento da oitiva. Na época, ele justificou que não teve tempo de estudar o Inquérito 650DF, que deu origem à Operação Caixa de Pandora. Os distritais acreditam que, desta vez, ele não vai se recusar a depor à CPI. No entanto, preparam uma alternativa caso a oitiva não aconteça. Uma das possibilidades é confrontar os depoentes com as declarações de Durval ao Ministério Público que constam no inquérito da Caixa de Pandora.
Em setembro do ano passado, Durval Barbosa prestou depoimento a dois promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF (MPDF). Como o caso atingia o governador, o teor das reveleções, junto com gravações de áudio e vídeos feitas por ele mesmo, foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que deu continuidade às investigações com a PF. Em troca das denúncias, Durval recebeu o benefício da delação premiada no processo, já que atuava como um dos operadores do mensalão de Arruda, esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo local.
Por causa das denúncias, o ex-secretário entrou para o programa de proteção à testemunha do governo federal. Hoje, ele vive em local conhecido somente por membros do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, responsável pela sua proteção. Por isso, os deputados precisam negociar com a PF uma data para o depoimento.
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