O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados irá instaurar na próxima quarta-feira (17), o processo de investigação contra o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Ele é acusado de ter se beneficiado do esquema ilegal montado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Na época em que as investigações da Polícia Federal envolvendo o bicheiro foram publicadas, o parlamentar assumiu que era amigo próximo de Cachoeira. Ele também possui um avião em sociedade com o irmão do bicheiro e é acusado de ter alertado Cachoeira sobre investigações policiais em curso. Grampos das Operações Vegas e Monte Carlo mostram o deputado cobrando do ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez, ligado a Cachoeira e ao governador de Goiás, Marconi Perillo, depósito de dinheiro em uma conta corrente.
O parlamentar começou a ser investigado em uma comissão de sindicância da Casa durante o desenrolar da CPI do Cachoeira. Em dezembro, a Mesa Diretora decidiu encaminhar o processo para o Conselho de Ética. Na época, o relator do caso que apresentou parecer pela cassação do tucano, Jerônimo Goergen (PP-RS), afirmou que as relações de Leréia com Cachoeira “estão muito acima de uma relação de amizade ou política, e sim, uma relação comercial com ganhos dentro dos interesses que não são compatíveis com o mandato parlamentar”.
Dos quatro deputados envolvidos nas investigações sobre o esquema de Cachoeira, o caso de Leréia é o único que teve prosseguimento na Câmara. No ano passado, a Mesa da Câmara arquivou três processos contra os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).
Na próxima reunião do Conselho de Ética os parlamentares também escolherão o 1º e o 2º vice-presidentes do colegiado, que é atualmente presidido por Ricardo Izar (PSD-SP).
O que pesa contra os deputados citados no caso Cachoeira
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