Integrantes do Conselho de Ética protestaram esta tarde contra a demora do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em enviar uma junta médica para avaliar o estado de saúde do deputado José Janene (PP-PR). Desde outubro, o andamento do processo de quebra de decoro contra o progressista vem sendo adiado em razão de licença médica concedida a Janene. Recentemente, ele implantou células-tronco no coração.
O deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP) cobrou agilidade da Câmara para que o progressista seja investigado o quanto antes. “Não é possível que um deputado dê um drible, com lençol, chapéu e embaixadinha nesta Casa há mais de 90 dias e a Mesa da Câmara não faça nada. A Mesa tem que agilizar isso”, afirmou durante reunião administrativa do conselho.
Já o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) alertou para o fato de que, embora tenha sido impedido pelos médicos de comparecer ao conselho por problemas de saúde, Janene passou férias na praia e será o protagonista do próximo programa do PP na TV.
Janene responde a processo no conselho depois de ser citado, pelas CPIs dos Correios e do Mensalão, como um dos beneficiários do valerioduto. Porém, as investigações estão atrasadas em mais de três meses por causa da licença médica dele. Janene só foi notificado da abertura do processo em dezembro. Hoje, a relatora do processo, Angela Guadagnin (PT-SP), definiu as testemunhas a serem ouvidas no caso.
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Janene submeteu-se a uma cirurgia no coração no ano passado. O Regimento da Câmara proíbe que parlamentares sejam notificados caso estejam internados. Porém, o fato de estar hospitalizado não impediu que o deputado propusesse R$ 3,5 milhões em emendas ao Orçamento de 2006, ainda em votação no Congresso.
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