Daniela Lima
Além dos eleitores, que fizeram críticas à farra das passagens aéreas na Câmara, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção do Rio de Janeiro, Wadih Damous, fez pronunciamento hoje em que repreendeu os parlamentares que usaram verba da Câmara para bancar viagens a familiares, namoradas, amigos e assessores. O teor do discurso de Damous está disponível no Congresso em Foco em primeira mão.
“O Congresso não é uma quitanda que distribui passagens a modelos, atores , socialites e coisas do gênero”, disse o presidente da OAB-RJ. Damous classificou como tristes as revelações deste site de que a cota de passagens aéreas dos deputados é usada para bancar até viagens internacionais de pessoas que não estão vinculadas ao exercício ao mandato. “Lamentavelmente, até deputados que se diziam éticos estão envolvidos nesta bandalha aérea”, afirmou.
O presidente da OAB do Rio ressaltou ainda que o cuidado com a coisa pública é essencial para os legisladores. “As direções das duas Casas do Congresso precisam entender que as passagens aéreas foram adquiridas com dinheiro público, isto é, dinheiro proveniente dos impostos pagos religiosamente pelos contribuintes”, alertou.
“Por este motivo, o verdadeiro dono dos bilhetes – o povo brasileiro – precisa saber, por meios de regras claras e com muita publicidade, quem utiliza as passagens e o motivo pelo qual está sendo beneficiado”, criticou Damous.
Damous disse que espera fiscalização do Ministério Público quanto ao uso da cota de passagens dos parlamentares e se posicionou pela devolução ao erário dos bilhetes emitidos em nome de terceiros . “Os bilhetes aéreos fornecidos pelo Congresso só podem ser utilizados a serviço da causa pública. O escândalo demonstra que considerar como seu aquilo que é bem público ainda é generalizado no Brasil. O que se vê é uma rede de cumplicidades na farra das passagens”, finalizou.
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