O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a eventual confirmação da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS) representará o “fundo do poço” para o país. Segundo ele, o teor da denúncia extrapola o “debate político entre oposição e governo”.
“São afirmativas extremamente graves que dizem respeito às instituições do país, ultrapassando o debate político entre oposição e governo. Se confirmadas, merecerão por parte dos brasileiros indignação e repúdio. E teremos chegado ao fundo do poço”, disse Aécio, por meio das redes sociais.
Aécio se referiu à notícia de que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula tinham conhecimento de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, que gerou prejuízo bilionário à Petrobras, e que tentaram interferir nas investigações da Lava Jato, de acordo com reportagem da revista IstoÉ.
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Líderes da oposição se manifestaram nesta quinta-feira pedindo a renúncia e a cassação de Dilma. “Temos que reconhecer que a delação do senador Delcídio, o principal representante do governo no parlamento, sinalizou para tudo aquilo que se suspeitava mas que ainda não havia um relato tão claro e influente. Dilma não pode ficar nem mais um minuto na Presidência. E a Justiça precisa agir no caso de Lula, que participou da mesma obstrução às investigações que levou à prisão do senador”, disse o líder do DEM no Senado Ronaldo Caiado (GO).
A revista, que antecipou a edição do fim de semana, afirma ter tido acesso a um documento de 400 páginas com o conteúdo do depoimento preliminar de Delcídio aos procuradores da operação. Nessa fase, o acusado cita nomes e fatos que pretende delatar. Para ter validade, a delação precisa ser homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a revista, o único empecilho que tem freado a delação de Delcídio do Amaral é uma clausula de confidencialidade de seis meses exigida pelo senador. O pedido foi acatado pelos procuradores da Lava Jato, mas não foi aceito pelo relator do processo no STF, Teori Zavascki. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República que tem até a próxima semana para retirar a exigência, a mando de Teori. O senador pediu o prazo para tentar escapar do processo de cassação no Conselho de Ética do Senado. Nos próximos dias, o ministro decidirá se homologa ou não a delação.
Com riqueza de detalhes, Delcídio descreve as tratativas de Dilma, Lula e do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para defender alguns réus da Lava Jato. Em um dos trechos do documento, o senador afirma que é “indiscutível e inegável a movimentação sistemática do agora de José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura dos réus presos na operação”.
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