Pelo grau de envolvimento em corrupção desenfreada da representação política que provocou sua inapetência para conduzir o processo político, não vejo outra alternativa que o chamamento do povo às urnas para resolver a crise.
As investigações começaram de maneira seletiva, revelando de imediato o esquema mafioso do PT, o que enfraqueceu a presidente Dilma, culminando com seu afastamento. Seu parceiro de coalizão, Michel Temer, sem a legitimidade dos votos e acusado de golpista, assumiu interinamente seu lugar. Virando as costas para o clamor das ruas, compôs o novo governo com velhas e caricatas figuras enroladas nas investigações. Em poucas semanas, viu-se também enredado na teia de corrupção do PMDB, aprofundando a crise política.
Mas não parou por aí. Na democracia é impossível frear o trem da história. Um por um dos partidos e figurões tradicionais da cleptocracia brasileira estão sendo revelados e tragados pelas investigações, confirmando o que venho afirmando há tempo: a corrupção no Brasil é sistêmica e não apenas um desvio de conduta pessoal.
Mesmo diante desse quadro triste e decepcionante, continuo firme e confiante que vamos dar a volta por cima. Considero que chegou o momento da revolução ética em nosso país. Para tanto, precisamos apoiar com decisão o avanço e o aprofundamento das investigações e nos mobilizarmos para que o povo seja convocado às urnas, não apenas para eleger presidente e vice, mas também uma nova representação para o Congresso Nacional.
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Antes de se realizarem novas eleições faz-se necessário eliminar a priori o foro privilegiado, o acumulo de cargos e o voto por legenda, além de adotar outras medidas anticorrupção, para que os partidos pensem muito antes de escolher candidatos sujos para as eleições, caso contrário teremos as mesmos velhos corruptos de sempre como candidatos, já chega de trocar 6 por meia dúzia!
-As eleições em si não resolvem os problemas da corrupção, a presidente Dilma não foi o problema, bem como estes que estão no poder agora (Temer/Cunha).
-Mas devolve ao Planalto um governo legitimo, um governo que tenha saído das bases, se faça valer o princípio de que a soberania emana do povo e não da Globo!
-Infelizmente, ao analisar a nossa história, veremos que o golpe, a interrupção de mandatos ainda é a regra!
-Poucos foram aqueles que uma vez eleitos, não foram retirados do poder ou se estenderam no mandato.
-A nossa classe política, mesmo em tempos tão modernos, ainda, não sabe jogar dentro das regras do jogo democrático!
Com ou sem eleições o estrago em nossa história já foi feito!
Democracia não foi feito apenas para os bons momentos, de fartura econômica, mas, e sobretudo, mostra-se necessário para os momentos de crises.
É um marco civilizatório, uma segurança para o cidadão comum, uma proteção contra arbitrariedades.
Não seja ingênuo (?). Quem se candidatará? Os que já estão lá? Os que tentaram, mas não conseguiram? Outros que visualizam uma grande oportunidade para meter a mão?
Não será com eleições que acabaremos com a corrupção. São os corruptos aqueles que tem mais capacidade para enganar o povo desinstruído, são os corruptos que novamente se elegerão.
É preciso muito mais para que se resolvam os problemas do país. Soluções simplistas como essa só servirão pra manter o povo calado e tudo continuar como está.