A publicação de dois editais para concursos da Polícia Federal é iminente. Autorizadas em dezembro, a abertura de 1,2 mil vagas será insuficiente para suprir as demandas da corporação, que vai atingir 4.174 policiais em todos os cargos até 2014. O primeiro edital será publicado ainda este mês e o segundo, em março ou abril. Ao divulgar o cronograma (veja abaixo) a comissão interna admitiu que só falta assinar o contrato com a organizadora para dar início à seleção. A expectativa é que a corporação contrate o Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), como ocorreu nas últimas seleções.
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O processo seletivo deste concurso inclui provas objetivas e discursivas, teste de avaliação física, avaliação psicológica, investigação de vida pregressa e curso de formação. No caso dos escrivães, há também prova prática. Os concurseiros terão pouco tempo entre o lançamento do edital de abertura e as primeiras provas, que devem ocorrer entre abril e maio. O mesmo não deve ocorrer com o grupo do segundo edital, que deve começar a ser avaliado depois de agosto.
Para quem está se preparando, o foco são as oportunidades que serão abertas a qualquer momento para agente e papiloscopista. A espera por um concurso para papiloscopista, delegado e perito já dura oito anos (veja informações aqui e aqui). Para agente e escrivão, o tempo é menor, já que as últimas seleções ocorreram em 2009 (veja informações aqui e aqui).
A professora de Direito Penal Walkyria Carvalho, do curso preparatório on-line Eu Vou Passar, avalia o que representa aos candidatos a escolha mais uma vez do Cespe/UnB como organizadora. “O modo Cespe de examinar o candidato torna o exame mais seletivo”, diz ela. “São provas de análise individual e aprofundada dos quesitos. Apontam os candidatos com maior qualidade de preparo, maior maturidade na resposta do gabarito”.
Aptidão física
Etapas como investigação de vida pregressa e teste de aptidão física (TAF) são particulares em concursos para área de segurança pública e, inevitavelmente, preocupam ainda mais os concurseiros. O professor de educação física Wesley Rocha pontua o valor do TAF. “O índice de reprovação nessa fase pode chegar a 40%. Muitos candidatos se preocupam muito com as provas escritas e se esquecem da preparação física”. Ele orienta que para ser competitivo é preciso treinar por três ou quatro meses com dedicação de, pelo menos, 40 minutos três vezes por semana. “Caso o candidato esteja acima do peso, o ideal é que aumente a frequência semanal de exercícios dando ênfase ao treino aeróbico para o controle do peso corporal”, alerta. Ele preparou algumas dicas para o SOS Concurseiro/Congresso em Foco, que podem ser conferidas aqui.
Vida pregressa
A investigação do passado do concurseiro é prevista em lei, segundo o advogado especialista em concursos públicos Rudi Cassel. Ele explica que, ainda assim, há limites legais para sua execução. “O investigado pode e deve recorrer na via administrativa [na própria banca organizadora] ou, independentemente da previsão recursal no edital, tem a possibilidade de impugnar judicialmente o resultado negativo que o elimine do concurso”, detalha.
Cassel pondera que saber as condutas do passado do pretendente é relevante para a Administração Pública, pois condenações em que não cabem mais recursos por crimes como homicídio ou demissão motivada por processo administrativo em cargo anterior impedem que o candidato seja servidor. Na opinião dele, só em casos graves, criminais e sem possibilidade de recurso, é adequada a desclassificação do candidato. Em outros, ele considera que os critérios são bastante subjetivos para promover justiça na avaliação. “Não acredito na justiça da investigação da vida pregressa, a não ser naqueles casos em que, por lei, a demissão seria a consequência judicial. Portanto, justifica-se a etapa apenas nos casos de sentença penal condenatória transitada em julgado e nos crimes que tem por consequência também a demissão do servidor.”
Demanda
Os aprovados nos dois concursos vão atuar nas áreas de fronteira, repondo aposentadorias e reforçando a Polícia Federal para a Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas. Peritos criminais e delegados recebem R$ 13,3 mil em início de carreiras. Os demais, R$ 7,5 mil.
Do montante de policiais que serão necessários nos próximos anos, 592 são para os postos do Plano Especial da Polícia Federal, ou seja, da carreira administrativa, cujo último concurso também ocorreu em 2004 e o próximo sequer está previsto.
Em entrevista ao SOS Concurseiro/Congresso em Foco, o coordenador de Recursos Humanos, delegado Jorgeval Silva Costa, admitiu que a estrutura da Academia da Polícia Federal só é capaz de formar 1,1 mil policiais por ano. Isso significa que, ainda que sejam lançados outros concursos no próximo ano, só seria possível atingir pouco mais da metade do contingente de servidores necessários segundo avaliação da própria corporação (veja entrevista aqui).
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