Edson Sardinha
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara, rejeitou há pouco quatro requerimentos que pediam a convocação ou explicações do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Os governistas conseguiram derrubar todos os pedidos de explicação feitos pela oposição sobre o aumento patrimonial do ministro nos últimos quatro anos. A reunião foi reaberta esta tarde, após ser suspensa por causa do início da Ordem do Dia no plenário da Casa, e encerrada logo após a rejeição dos requerimentos apresentados pelos oposicionistas.
Os pedidos foram apresentados pelos deputados Moreira Mendes (PPS-RO), Vanderlei Macris (PSDB-SP), Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e Fernando Francischini (PDB-PR). Além dos três requerimentos que pediam a presença do ministro na Câmara, também foi rejeitado o que convocava o presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, e o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, Antonio Augusto Rodrigues, a explicarem a situação do ministro e sua movimentação financeira.
Outros dois foram retirados de pauta: o que previa a realização de uma audiência pública com Palocci e seus sócios na empresa Projeto, e outra com dirigentes de uma empreiteira apontada como cliente da consultoria e que teria contrato com o governo.
Enquanto foi deputado, Palocci viu seu patrimônio aumentar 20 vezes, de acordo com a Folha de S. Paulo. O ministro confirmou a evolução patrimonial e a atribuiu aos ganhos obtidos por ele com sua empresa de consultoria.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), entrou hoje com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a reabertura das investigações sobre o envolvimento do ministro com a quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos. ?A Caixa afirma formalmente que o ministro foi o mandante da quebra. Há elementos mais que suficientes para a reabertura do caso?, afirmou Freire, citando matéria publicada hoje pela Folha.
No último dia 18, por ampla maioria de votos, o plenário da Câmara rejeitou a convocação do ministro da Casa Civil, prevista em três requerimentos, para que ele explicasse sua evolução patrimonial e a atuação de sua empresa de consultoria. A oposição articula desde então a criação de uma CPI mista, formada por deputados e senadores, para apurar os negócios de Palocci.
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