Eduardo Militão
A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara que apura a eventual participação de deputados no comércio de créditos de passagens aéreas definiu os primeiros depoimentos que irá tomar. O grupo pretendia ouvir seis pessoas às 16h desta quarta-feira (26). Mas o corregedor, ACM Neto (DEM-BA), avisou que só será possível ouvi-las na próxima terça-feira (1º).
Em reunião no final da tarde ontem, os cinco deputados que integram a comissão decidiram tomar o depoimento dos ex-servidores Luciana Soares, Luiz Flávio e Luiz Gustavo Nogueira, que falarão sobre a investigação contra o deputado Paulo Roberto (PTB-RS). Sobre Eugênio Rabelo (PP-CE), serão ouvidos a ex-funcionária Fabiana Leite, a chefe do gabinete dele, Margareth Andrade, e o agente de viagens Pedro Damião Pinto Rabelo.
Luiz Flávio Nogueira afirmou que o deputado Paulo Roberto o procurou para saber como vender seus créditos de passagens. Em abril, o parlamentar disse ao Congresso em Foco que demitiu um funcionário – sem citar se foi Luiz Flávio – por suspeitar que ele comercializava suas passagens.
O deputado Paulo Roberto foi um dos protagonistas do caso que resultou na abertura da sindicância. Há quatro meses, este site revelou que da cota dele saíram passagens em nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e de sua mulher para os Estados Unidos. O ministro apresentou comprovantes de pagamento e pediu a apuração imediata da denúncia ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). A comissão de sindicância concluiu que Gilmar foi vítima de uma fraude executada por funcionários da Câmara.
Fabiana Leite diz que Eugênio Rabelo tinha conhecimento das emissões de passagens e que ele tinha o hábito de reter salários dos funcionários. Mas o deputado diz que a servidora abandonou o emprego após revelação do Congresso em Foco (leia mais) sobre o uso das cotas de Rabelo. Fabiana foi demitida por Rabelo em seguida.
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