“Voto favoravelmente porque é preciso virar essa página. Voto favoravelmente porque é preciso recomeçar com responsabilidade, com ética, mas principalmente com respeito à coisa pública, ao país e à população brasileira”, disse Simone Tebet (PMDB-MS).
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O senador Magno Malta (PR-ES) chegou a dedicar uma música para Dilma. “Presidente Dilma eu vou dedicar uma canção de uma grande compositora brasileira, intérprete da música sertaneja chamada Roberta Miranda: ‘Vá com Deus, vá com Deus'”, disse o parlamentar, que arrancou risos do público presente na sessão.
Ex-ministra de Dilma, Kátia Abreu (PMDB-TO) fez um duro discurso em defesa da presidente: “Quero lembrar ao país que o PMDB, do presidente Michel Temer, que também é o meu presidente, foi vice-presidente da Dilma por quatro anos, e, se o governo era tão ruim assim, poderia ter recusado ser vice-presidente novamente, mas lutou como louco, com a minha ajuda, com meu voto, para ser de novo vice-presidente da presidente Dilma. E apenas um ano depois de assentado como vice-presidente, o PMDB achou que esse governo não presta mais! E os partidos do centrão que também foram ministros durante os quatro anos e continuaram ministros durante esse ano, e continuam ministros do Governo do PMDB? Quem é que pode falar aqui de corrupção, de irresponsabilidade, de ética, Sr. Presidente? Faça-me o favor! Vamos fazer o mea culpa! E repito que, dentro desses partidos, há gente séria, há gente honesta, mas ninguém aqui pode falar, de peito aberto, que foi só um partido, que foi a presidente que acabou com Petrobras,que acabou com a moral e com a ética da política”.
O senador Wellington Fagundes (PR-MT) foi o único titular que não compareceu, assim como o suplente do bloco.
Após a votação, a decisão da comissão será lida no Plenário do Senado amanhã (sexta-feira, 5). A partir daí começa a contar o prazo de 48h para a realização da votação do parecer pelos 81 senadores, prevista para ocorrer na próxima terça-feira (9). Se a maioria simples dos parlamentares aprovarem o relatório, terá início o procedimento de julgamento da presidente, que responderá pela denúncia de crime de responsabilidade.
Com a aprovação do parecer de Anastasia, o voto em separado apresentado por senadores da base aliada Dilma não foi submetido a apreciação do colegiado.
Balanço
Ao iniciar a sessão, o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), fez um balanço dos trabalhos: a comissão foi instalada no dia 26 de abril, e, neste meio tempo, foram realizada 31 reuniões – a mais longa delas com mais de 14h ininterruptas. Foram 135 requerimentos analisados, 127 oficios, 173 documentos recebidos, 18 recursos encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF), 44 testemunhas ouvidas (sendo 38 de defesa). Os autos do processo no Senado somam 13 mil páginas distribuídas em 33 volumes (considerados os autos da Câmara, o processo acumula mais de 25 mil páginas).
“Isso dá dimensão da intensidade do esforço que realizamos”, disse Raimundo Lira. “Creio que podemos dizer, com orgulho e consciência limpa, que cumprimos nosso dever de maneira a honrar e reafirmar os valores da justiça, da lei e da democracia”, acrescentou.
Veja como cada senador votou:
Magno Malta (PR-ES): sim
Simone Tebet (PMDB-MS): sim
Dário Berger (PMDB-SC): sim
Waldemir Moka (PMDB-MS): sim
Ricardo Ferraço (PSDB-ES): sim
Antonio Anastasia (PSDB-MG): sim
Cassio Cunha Lima (PSDB-PB): sim
Ronaldo Caiado (DEM-GO): sim
Gleisi Hoffmann (PT-PR): não
Lindbergh Farias (PT-RJ): não
Katia Abreu (PMDB-TO): não
Telmário Mota (PDT-RR): não
Fernando Bezerra (PSB-PE): sim
Lúcia Vânia (PSB-GO): sim
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM): não
Zezé Perrella (PTB-MG): sim
José Medeiros (PSD-MT): sim
Ana Amélia (PP-RS): sim
Gladson Cameli (PP-AC): sim
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