Fábio Góis
Os 29,9 milhões de eleitores aptos a votar na Colômbia começam a escolher neste domingo quem sucederá o presidente Alvaro Uribe, do Partido Social da Unidade Nacional – em eleição que, a depender das mais recentes pesquisas naquele país, só deve ser decidia em segundo turno, em 20 de julho. O ministro da Defesa de Uribe, Juan Manuel Santos, e o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, são os favoritos no páreo.
Sem o apoio incondicional do presidente, o ministro iniciou a corrida presidencial como grande favorito, mas a consecução das campanhas e a divulgação das pesquisas de intenção de voto revelaram o fenômeno Antanas. Logo, o projeto de continuidade de Uribe, no poder desde 2002, está ameaçado.
Se por um lado Juan Manuel pode ser associado à bem-sucedida política de combate às guerrilhas e redes de narcotráfico, com o desmantelamento das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc), o matemático e filósofo de origem lituana contabiliza dois exitosos mandatos com prefeito de Bogotá, capital do país.
Em uma pesquisa divulgada no início de março, Antana aparecia atrás da ex-chanceler Noemí Sanín, do Partido Conservador Colombiano, segunda colocada em um cenário de larga vantagem do ministro. O quadro se reverteu surpreendentemente desde então, e institutos de pesquisa apontam empate técnico entre Juan Manuel e Antanas – e, consequentemente, a realização de um segundo turno.
Também contaram na reversão da vantagem do ministro, avaliam os observadores colombianos, as denúncias, por parte da ONU, de casos de violação aos direitos humanos no combate às Farc e a corrupção entre paramilitares e funcionários públicos. Analistas acreditam que a situação teria atrapalhado a transferência de votos de Uribe ao ministro da Defesa.
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