Segundo a CNN, apuradas 9% das urnas, o candidato liberal Felipe Calderón, 43 anos, apoiado pelo atual presidente, Vicente Fox, está na frente na disputa presidencial mexicana, com 40% dos votos. Em segundo lugar, diz a rede de TV norte-americana, vem, com 35% dos votos, Andrés Manuel Lopez Obrador, 52, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD). Roberto Madrazo, do conservador Partido Revolucionário Institucional (PRI), teve 19% dos votos.
Com base em projeções feitas a partir desses resultados preliminares e sondagens de institutos de pesquisa, os dois principais candidatos cantaram vitória há pouco. Ao se considerar vitorioso, Obrador disse que terá uma vantagem de pelos 500 mil votos sobre o seu oponente. Ele conclamou as autoridades mexicanas a respeitarem a vontade dos eleitores.
Segundo o portal na internet do jornal mexicano El Universal, Calderón, também saudando seu suposto triunfo, anunciou: “É tempo de iniciar uma fase de conciliação nacional e, para lográ-la, dedicarei todo o meu esforço para que o México inicie uma nova etapa”.
Por enquanto, porém, as informações disponíveis não permitem endossar as palavras de nenhum dos dois candidatos. Nem a imprensa mexicana nem os órgãos de pesquisa se atrevem a antecipar quem será o novo presidente. Os levantamentos de boca-de-urna apontam empate técnico entre Calderon e Obrador.
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O equilíbrio na disputa levou há pouco Luis Carlos Ugalde, presidente do Instituto Federal Eleitoral, autoridade eleitoral máxima do México, a anunciar que somente na quarta-feira deverá ser anunciado oficialmente o nome do presidente eleito.
Congresso dividido
Além de escolher o sucessor de Fox, para um mandato de seis anos, os mais de 70 milhões de eleitores mexicanos foram ontem (domingo, 2) às urnas para eleger os novos integrantes da Câmara dos Deputados e do Senado, o prefeito da Cidade do México e governadores de três estados.
Pesquisa de boca-de-urna divulgada pela TV Azteca, principal rede de televisão mexicana, mostrou que o futuro Congresso terá equilíbrio entre as três forças políticas que sustentam as candidaturas de Calderon, Obrador e Madrazo. O Partido da Ação Nacional (PAN), de Fox e Calderón, deverá ter 35% das cadeiras da Câmara, enquanto 31% ficarão com o PRD e 28% com o PRI.
Segundo os institutos de pesquisa, o PAN também deve eleger os governadores dos estados de Morelos, Guanajuato e Jalisco. A TV Azteca anunciou, porém, que o PRD elegeu o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard Casaubon. Ele teve 52% dos votos e ampla vantagem sobre os demais concorrentes.
A campanha
Durante a campanha eleitoral, Calderón se propôs a continuar e aprimorar as políticas neoliberais colocadas em prática por Fox, que pôs fim a um domínio exercido durante 61 anos pelo PRI ao se eleger em 2000. López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, reclamou maiores investimentos sociais, defendeu a intervenção do Estado na economia e prometeu governar em favor dos 50 milhões de pobres que formam a maioria da população mexicana.
Calderón, que foi ministro da Energia de Fox, tentou mostrar que a eventual eleição de Obrador levaria o país à bancarrota, em razão dos compromissos de transferência de recursos oficiais aos idosos e aos mais carentes que o candidato do PRD assumiu.
Seja qual for o vencedor, a divisão que marcará o novo Congresso deverá forçá-lo a buscar o entendimento com seu contendor, o que não será fácil após uma batalha eleitoral caracterizada por manifestações bastante hostis entre os dois grupos que encabeçaram a disputa.
Os desafios também serão os mesmos. O principal deles é enfrentar os elevados índices de desemprego e subemprego, que já levaram mais de 11 milhões de mexicanos a migrarem para os Estados Unidos. Outros problemas graves no México são a violência e a crescente importância que o país está adquirindo no tráfico internacional de drogas.
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